Economia

Consumo das famílias aumentará 40% em dez anos

São Paulo - O consumo das famílias brasileiras deve chegar a R$ 2,42 trilhões em 2013 e a R$ 3,29 trilhões em 2020, de acordo com o estudo Consumo das Famílias Brasileiras até 2020, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O estudo foi divulgado hoje […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo - O consumo das famílias brasileiras deve chegar a R$ 2,42 trilhões em 2013 e a R$ 3,29 trilhões em 2020, de acordo com o estudo Consumo das Famílias Brasileiras até 2020, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O estudo foi divulgado hoje (2), na capital paulista, durante o debate A Nova Classe Média Brasileira.

Segundo o estudo, as classes C, D e E registraram, em 2009, gastos de R$ 864 bilhões, o equivalente a 78% do volume gasto pelas classes A e B, que foi de R$ 1,10 trilhão - um total de R$ 1,96 trilhão. Com isso, o crescimento do consumo, até 2020, será de 40%. O estudo indica que o consumo das famílias com renda de até dez salários mínimos (R$ 5.100) deve ser de 7% a 8% maior, ao ano, nos próximos dois anos. Já para as famílias com renda maior do que 10 salários mínimos (classes A e B), o aumento deve ser de 4% até 2020.

De acordo com o economista da Fecomercio Fábio Pina, as classes C, D e E estão buscando a sofisticação de seu consumo e, para entender esse fenômeno, é preciso relativizar o conceito de sofisticado para esse grupo. "Claro que sofisticar o consumo de quem já tem uma renda de R$ 15 mil é diferente daquele que tem uma renda familiar de R$ 1.500. Mas ele vai sofisticar seu consumo, vai aumentar o número de itens e, provavelmente, aqueles itens que ele já consumia, vai sofisticar de uma forma ou de outra".

Pina acredita que, proporcionalmente, as classes C, D e E representarão 32,5% do consumo, quando, hoje, respondem por 27% do consumo. A classe A atualmente representa 17,1% do consumo e esse índice deve permanecer no mesmo patamar.

Segundo ele, o crescimento do consumo não será acompanhado pelo crescimento da oferta global e, com isso, o padrão de elevação só poderá ser replicado pelos próximos anos dependendo da poupança externa. "Não dá para crescer gasto do governo, investimento das empresas e consumo das famílias sem que haja uma restrição grande e externa, porque o mundo não vai estar disposto a financiar um excesso de consumo do Brasil por muito tempo. Se não forem feitos ajustes, não vamos ter esse crescimento de consumo até 2020. Vamos ter, no meio do caminho, um ajuste para baixo", avaliou Pina.

Dentre os setores, o grupo habitação representa 29,8% do total do consumo e alimentação responde por 17%. O estudo aponta que gastos com alimentação e habitação terão alteração com o crescimento do consumo das classes C, D e E. "Certamente a alimentação vai ter uma participação muito menor. Em compensação, os itens de habitação, como telefonia móvel e acesso à banda larga, vão crescer", estimou o economista da Fecomercio.

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