Economia

Consumidores pretendem comprar menos no próximo trimestre

Estagnação do crescimento da renda e dívidas pendentes fazem o consumidor da capital adiar seus planos de compra

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

Mais de 63% dos consumidores da cidade de São Paulo não pretendem fazer compras de bens duráveis e semi-duráveis no próximo trimestre. A conclusão faz parte do estudo Expectativas de Consumo - Outubro a Dezembro de 2006, divulgado nesta terça-feira (17/10) pelo Programa de Administração de Varejo (PROVAR) da Fundação Instituto de Administração (FIA) em parceria com a Canal Varejo.

Realizada entre os dias 10 e 20 de setembro, na cidade de São Paulo, a pesquisa mostra resultado negativo em relação ao terceiro trimestre, quando 31,4% dos consumidores não tinham intenção de compra. O mesmo pode ser notado em relação ao último trimestre de 2005, quando 52,6% dos consumidores não pretendiam adquirir novos produtos. Foram avaliadas as intenções de compra dos segmentos de móveis, material de construção, automóveis, informática, eletroeletrônicos, telefonia, eletrodomésticos e outros de 500 consumidores, representantes dos cinco grupos de faixa de renda do perfil socioeconômico.

O índice reflete o potencial de compra planejada dos consumidores e o nível de confiança na situação político econômica vigente. De acordo com o coordenador geral do PROVAR/FIA Cláudio Felisoni, os resultados são um reflexo da sobreposição e saturação dos meios de crediário. O fenômeno acontece quando os prazos de pagamento são maiores que o ciclo de recompra, diminuindo a renda disponível para novas aquisições.

Os pesquisadores do PROVAR acreditam que o cenário atual da economia, de estagnação do crescimento da renda, o excesso de ofertas de crédito e até mesmo a definição das eleições presidenciais influenciam nas compras e podem trazer uma perspectiva negativa a longo prazo. "Uma economia baseada exclusivamente em crédito pode gerar uma bolha, uma vez que não é sustentável", diz o coordenador de pesquisas e publicações Luiz Paulo Fávero.

Informática

O segmento de informática é o campeão de intenções de compra nesse período, com 7,2%, seguido dos planos de compras de máquinas de lavar e secar, geladeiras e lava louças, que somam 6,8%. O setor de telefonia e celulares aparece em terceiro, com 6,6% de intenção de compra.

A pesquisa mostra também que a quantia que esperam gastar os 36,8% dos consumidores que manifestaram intenção de comprar é maior na maioria dos segmentos do varejo amostrados. O setor de autopeças, por exemplo, teve aumento de 223,44%, passando de 320 reais para 1035 reais desde o último trimestre.

A intenção de compra para os meses de outubro, novembro e dezembro é o primeiro indicador de como serão as vendas no Natal. No entanto, como boa parte dos pesquisados nesse período ainda não fizeram planos para o período festivo, uma outra pesquisa é feita no dia 10 de dezembro, para definir as intenções para essa época. Para os varejistas, a pesquisa ajuda a calcular o potencial de crescimento e indica quando é necessário variar a sua atuação, numa situação de baixa do seu produto.

 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação