Economia

Construtoras propõem criação de faixa 4 do Minha Casa Minha Vida

Segundo fundador da MRV, o governo teria sinalizado um teto de 10 mil reais para renda das famílias a serem atendidas nessa modalidade do programa

Minha Casa Minha Vida: atualmente, a faixa mais alta do Minha Casa Minha Vida contempla famílias com renda mensal de até 6,5 mil reais (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)

Minha Casa Minha Vida: atualmente, a faixa mais alta do Minha Casa Minha Vida contempla famílias com renda mensal de até 6,5 mil reais (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 21h39.

São Paulo - A indústria de construção de imóveis residenciais está pleiteando junto ao governo federal a criação da faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), em que o limite de renda seria de 15 mil reais, disse nesta terça-feira o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

"Propomos essa faixa 4 para atender à população fora do radar. Nosso pleito é ambicioso", disse Menin, que também é fundador da MRV , maior construtura do país de imóveis econômicos, ou para pessoas de menor renda.

Segundo ele, o governo teria sinalizado um teto de 10 mil reais para renda das famílias a serem atendidas nessa modalidade do programa.

Atualmente, a faixa mais alta do Minha Casa Minha Vida contempla famílias com renda mensal de até 6,5 mil reais.

O setor também busca reformar as faixas 1.5, 2 e 3 do MCMV, demandando o que Menin considera um reajuste "cirúrgico" de cerca de 10 por cento nos limites estipulados para renda e valor do imóvel financiado.

"O pró-cotista hoje tem pouco recurso, nós queremos turbinar o pró-cotista", afirmou Menin durante encontro com jornalistas, em São Paulo.

O pró-cotista é a linha de financiamento que utiliza os recursos do Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS, oferecida pelo banco para quem se enquadra no MCMV

As propostas envolvendo o Minha Casa Minha Vida compõem um pacote de ações que a indústria apresentou ao Ministério do Planejamento na semana passada para tentar alavancar a atividade do setor, que está sofrendo em meio a maior recessão do país em décadas.

Entre outras medidas, o setor também pede uma regulação definitiva para distratos, repasse do imóvel ainda na planta e a manutenção da atual política de isenção de imposto sobre Letras de Crédito Imobiliário (LCI).

"Nós não queremos nenhum subsídio, queremos melhorar a regulamentação", ressaltou o vice-presidente da Abrainc e diretor de Relações Institucionais da Cury Construtora, Ronaldo Cury.

Para recuperar a atividade econômica, o presidente da Abrainc disse que o governo precisa adotar medidas além das reformas macoreconômicas. "Precisamos acelerar a agenda micro para ver resultados ainda no curto prazo", afirmou.

A associação estima que o setor tem potencial de gerar 200 mil empregos logo no primeiro semestre de 2017, se o projeto apresentado na última semana for acatado pelo governo federal.

Caso contrário, disse Menin, o próximo ano deve ser tão ruim quanto 2016. "A única vantagem é que o juro deve cair, então as dívidas das empresas vão pesar menos", acrescentou.

Conforme a Abrainc, a indústria deve encerrar o ano com 400 mil unidades contratatas, sendo 300 mil no âmbito do Minha Casa Minha Vida.

Além dos distratos, outra preocupação latente entre os participantes do setor é a utilização de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para outras finalidades que não a habitação urbana.

"Somos contra isso, vai incomodar bastante", disse o presidente da Abrainc.

Em 6 de dezembro, o Conselho Curador do FGTS aprovou as condições de juros e prazo para utilização do fundo para empréstimos consignados.

Acompanhe tudo sobre:Minha Casa Minha VidaMRV

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor