Rio de Janeiro - A Petrobras está revisando o cronograma de construção das obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como um dos efeitos da Operação Lava Jato, disse nesta quinta-feira o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza.
A Petrobras é peça-chave da Operação Lava Jato da Polícia Federal, segundo a qual executivos da estatal indicados por políticos conspiraram com empresas de engenharia e construção do país para sobrevalorizar obras entre 2004 e meados de 2012.
A primeira unidade (trem, no jargão do setor) de refino da Rnest entrou em operação em dezembro, mas ainda com sua capacidade limitada. Já o segundo trem de refino estava previsto para entrar em operação em maio deste ano, mas Cosenza disse que pode ser atrasado. “Estamos estudando nova data de entrada do trem dois, em funções dessas mudanças ... de empresas e também de mudanças do mercado”, afirmou o diretor, durante coletiva de imprensa.
Cada uma das unidades de refino da Rnest terá capacidade para processamento 115 mil barris de petróleo por dia, somando um total de 230 mil barris de capacidade diária.
O atraso acontece porque a Petrobras está tendo que reavaliar os contratos, já que foram fechados com empresas suspeitas de terem participado do suposto esquema de corrupção, investigado pela Polícia Federal.
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) passa por problema semelhante. Segundo Cosenza, a Petrobras está reavaliando o desenvolvimento da obra devido às denúncias.
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1. 2014 problemático
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1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
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2. Investigação sobre propina
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2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
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3. Endividamento bilionário
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3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
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4. Queda da produção
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4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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5. Multa bilionária
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5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
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6. Ações despencaram
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6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
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7. Valor de mercado menor
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7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
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8. Preço do dólar divergente
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8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
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9. Preço do combustível
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9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
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10. Independência do governo
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10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
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11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
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11/11 (AGÊNCIA BRASIL)