Economia

Construção pede a Mantega medidas para reativar setor

Houve uma queda entre 20% e 25% dos lançamentos de imóveis em todo o País neste ano


	Prédio em construção em São Paulo: Outro pleito importante foi a redução de tributos federais que incidem em toda a cadeia do setor da construção
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Prédio em construção em São Paulo: Outro pleito importante foi a redução de tributos federais que incidem em toda a cadeia do setor da construção (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 19h31.

São Paulo - O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão, disse nesta sexta-feira, que o setor entregou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, um pedido com 15 medidas para que o segmento retome o crescimento em 2013, já que houve uma queda entre 20% e 25% dos lançamentos de imóveis em todo o País neste ano. "Isso já está afetando e vai afetar o desempenho do segmento da construção no próximo ano", disse Simão, após participar de encontro com o ministro Mantega, em São Paulo. O ministro pediu 30 dias para analisar o pedido e voltar a reunir com o setor para debater as solicitações.

De acordo com Simão, um dos pleitos que o governo poderá atender no curto prazo é a desoneração da folha de pagamento do setor da construção civil. "Este ponto é o mais fácil, pois os estudos do Ministério da Fazenda já estão bem adiantados", destacou. O empresário ressaltou que o setor também solicitou ao ministro a redução de processos burocráticos que "atrasam muito" a entrega de empreendimentos imobiliários. "Às vezes, levamos 15 meses para construir um edifício e três anos para resolver questões burocráticas", destacou.

Outro pleito importante, segundo o empresário, foi a redução de tributos federais que incidem em toda a cadeia do setor da construção. "No caso de imóveis de baixa renda, a soma dos impostos chega até a 45%, levando em consideração inclusive encargos trabalhistas", afirmou Simão.


Também foi pedido Mantega a elevação do limite do Programa Minha Casa, Minha Vida 1, para as faixas 2 e 3, de R$ 85 mil para R$ 100 mil porque ajudaria Estados e municípios a fazerem complementos. "No Estado de São Paulo, este valor está em R$ 76 mil e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já manifestou interesse de colocar mais R$ 20 mil, e vai para R$ 96 mil."

De acordo Simão, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção atingiu R$ 260 bilhões em 2011 e deve subir 2,5% neste ano. Por este cálculo, o PIB do setor subiria para R$ 266,5 bilhões em 2012. "Se as principais medidas que solicitamos hoje (sexta-feira) ao ministro forem atendidas, teremos condições de crescer 4,5% em 2013", disse o presidente da Câmara.

Em matéria de empregos, o empresário afirmou que seria possível elevar o atual contingente de funcionários do segmento de 3,2 milhões para 3,5 milhões de trabalhadores no próximo ano. "O problema do setor não é financiamento, pois há recursos. O que causa dificuldades são outras questões, como as tributárias e o excesso de burocracia", disse. "Mas, se as medidas não forem adotadas, repetiremos o nível de crescimento de 2012 em 2013".

O empresário disse que, se o governo adotar as medidas pedidas, as companhias do setor vão repassar a redução de custos diretamente para os preços, o que vai reduzir o valor dos imóveis para os compradores. De acordo com Simão, os empresários da construção estão também trabalhando para melhorar as condições de crédito para o setor bem como para tornar ágil o acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de imóveis.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilGuido MantegaMinistério da FazendaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto