Economia

Consórcio vai cobrar acordo sobre vazão do Cantareira

A partir de 30 de setembro, a vazão de defluência (saída de água) pelo túnel 5 do sistema será reduzida de 19,7 metros cúbicos por segundo para 18,1 m3/s


	Rio Piracicaba: com o fluxo de 3 metros por segundo, o rio está praticamente seco
 (Wikimedia Commons)

Rio Piracicaba: com o fluxo de 3 metros por segundo, o rio está praticamente seco (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 17h38.

Sorocaba - O Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) vai cobrar o cumprimento do acordo entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) visando à redução na retirada de água do Sistema Cantareira para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo.

A partir de 30 de setembro, a vazão de defluência (saída de água) pelo túnel 5 do sistema será reduzida de 19,7 metros cúbicos por segundo para 18,1 m3/s.

A partir do dia 31 de outubro, a vazão pelo mesmo túnel baixará para 17,1 m3/s.

"A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) tem de cumprir o que foi deliberado. Todo mundo quer água, mas a situação é muito grave e a dor tem de ser dividida entre todos", disse o diretor de Projeto do Consórcio PCJ, José Cézar Saad.

O acordo, durante reunião do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (GTAG), prevê ainda que a vazão defluente, ou seja, a liberação de água para a bacia PCJ, que abastece cidades como Campinas e Piracicaba, será mantida em 3 metros cúbicos por segundo, podendo ser aumentada para 4 m3/s caso seja necessário.

Conforme Saad, a vazão para o PCJ está num nível tão crítico que já ocorreram mortandades de peixes no Rio Piracicaba e Campinas, terceira maior cidade do Estado com 1,1 milhão de habitantes, já teve de recorrer ao DAEE para não ficar sem água.

"Tem muitos municípios com racionamento, outros estão mexendo no leito do rio para melhorar a captação, ou fazendo uso de poços e de cavas de mineração", relatou.

Ele lembrou que o PCJ não faz pare do GTAG, mas cabe à Sabesp também adotar planos de contingência para suportar a diminuição na vazão.

A preocupação nas regiões do PCJ é de que o esgotamento do Cantareira prive as bacias até da vazão mínima atual.

Com o fluxo de 3 metros por segundo, o Rio Piracicaba está praticamente seco, com vazão de 10 m3/s, um quinto da normal nesta época.

"Em anos anteriores, na época de estiagem a vazão liberada pelo Cantareira para as bacias do PCJ chegou a 11 metros cúbicos por segundo", comparou.

O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Comitê PCJ) confirmou nesta segunda o acordo entre a ANA e o DAEE visando à redução na retirada de água do Sistema Cantareira para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo.

O GTAG, que tem em seu quadro representantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), emitiu um comunicado sobre a deliberação.

A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, no entanto, chegou a negar a existência do acordo.

O comitê, que tem representante no GTAG, decidiu que seus membros não se manifestariam sobre a disputa entre o governo paulista e a União em razão do momento político.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é cobrado pela crise hídrica no estado, especialmente Região Metropolitana de São Paulo, e tem descartado a adoção de racionamento, alegando que os sistemas que abastecem a região têm água suficiente para manter o abastecimento até a chegada das chuvas.

Acompanhe tudo sobre:acordos-empresariaisÁguaConsórciosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasSabespSaneamentoServiços

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo