Yellen: ela foi nomeada para seu primeiro mandato em 2014 pelo ex-presidente Barack Obama (Aaron P. Bernstein/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de outubro de 2017 às 17h36.
Washington - Um membro do grupo Freedom Caucus da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos está montando uma campanha para acabar com qualquer chance de segundo mandato de Janet Yellen como chair do Federal Reserve, banco central norte-americano, sinal mais recente de que os republicanos conservadores querem um novo rosto no Fed.
O presidente republicano Donald Trump deve anunciar em algumas semanas se manterá Janet no cargo para mais um mandato de quatro anos.
Os outros candidatos são Gary Cohn, principal conselheiro econômico de Trump, além de Jerome Powell, governador do Fed, de Kevin Warsh, ex-governador do Fed, e de John Taylor, professor de economia da Universidade Stanford.
O deputado Warren Davidson, republicano da comissão de política monetária do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, é um dos que querem uma mudança. Ele está circulando uma carta de oposição à manutenção de Janet no posto, disse o porta-voz do congressista do Ohio.
"Davidson está muito envolvido com este processo", explicou seu porta-voz, acrescentando que o parlamentar está preocupado especialmente com o impacto que as políticas do Fed têm tido na capacidade de pequenas empresas levantarem fundos operacionais.
O texto da carta não será divulgado neste momento, disse o porta-voz.
Membros do Freedom Caucus, o grupo republicano mais conservador do Congresso, criticaram Janet Yellen no passado, e alguns a acusaram de manter uma política monetária muito frouxa.
Integrantes de peso do Comitê de Serviços Financeiros também apoiaram ideias propostas por postulantes à chefia do BC norte-americano.
A pesquisa de Taylor, por exemplo, figurou com destaque em um projeto de lei aprovado pela Câmara que exige que o Fed explique suas ações por meio de uma série rígida de regras.
Mas a Câmara não tem controle direto sobre a indicação do presidente do Fed. O Senado decide se confirma ou não o nome indicado pelo presidente dos EUA.
Trump também fez críticas a Janet no passado e prometeu "drenar o pântano" em Washington indicando pessoas novas para os cargos principais e adotando ideias diferentes.
Mas sua agenda econômica pode se beneficiar das condições econômicas consistentes fomentadas pelo Fed sob o comando de Janet.
Janet deve se reunir com Trump nesta quinta-feira para o que pode ser a última das entrevistas que o presidente está realizando.
Ela foi nomeada para seu primeiro mandato em 2014 pelo ex-presidente Barack Obama e obteve a confirmação com 56 votos a favor e 26 contra, com 11 republicanos a apoiando.
(Por Howard Schneider)