Jóias de casamento feitas com paládio são exibidas em loja de Nova York (Daniel Acker/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 16 de abril de 2014 às 12h31.
São Paulo - A Rússia já está sofrendo as consequências econômicas das suas atitudes na Ucrânia, mas tem na manga uma arma secreta para reagir caso as potências ocidentais apertem as sanções.
Ela se chama paládio, um metal prateado utilizado, entre outras coisas, em próteses dentárias, jóias e catalisadores de poluição de automóveis.
De acordo com a consultoria Johnson Matthey, 40% da produção mundial de paládio vem da Rússia, que poderia interromper o abastecimento a qualquer momento.
Foi esse medo que fez com que o preço do metal atingisse no início desta semana seu maior nível em mais de 3 anos.
E isso porque o paládio já não vivia seus melhores dias. O segundo lugar com maiores reservas do metal é a África do Sul, com 37%. Lá, o problema do momento é uma greve de 70 mil mineiros que paralisou a produção desde 23 de janeiro.
"Raramente tivemos condições tão favoráveis no sentido de demanda forte com oferta prejudicada. Paládio é o mercado em evidência.", diz um relatório assinado por Steven Scacalossi, da divisão de metais da TD Securities.
Ainda que inconveniente, uma possível escassez mundial de paládio não teria, pelo menos, os efeitos de uma restrição do fluxo de gás natural para a Europa - um recurso que a Rússia só deve usar em último caso.