Economia

Congresso votará 3a veto dos royalties; Orçamento em seguida

As votações vinham sendo adiadas devido a um impasse criado no fim de 2012 por uma liminar do STF


	Congresso: a possibilidade de votação do Orçamento foi aberta com a derrubada de uma liminar pelo STF na quarta-feira
 (Rodolfo Stuckert/Câmara)

Congresso: a possibilidade de votação do Orçamento foi aberta com a derrubada de uma liminar pelo STF na quarta-feira (Rodolfo Stuckert/Câmara)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2013 às 21h07.

Brasília - O Congresso votará na próxima terça-feira o veto sobre a nova proposta de distribuição de royalties do petróleo e, logo depois, o Orçamento de 2013, segundo acordo fechado entre os presidentes da Câmara e do Senado nesta quinta-feira.

A votação do veto e do Orçamento foi possibilitada pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, de derrubar a liminar que determinava a votação dos vetos por ordem cronológica.

"Nós vamos, na mesma sessão, votar o veto dos royalties do petróleo e votar o Orçamento da União de 2013", disse a jornalistas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), após reunião com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Segundo o presidente da Câmara, houve consenso na hora de definir a pauta de votação.

"Acertamos, o presidente Renan e eu, de pautarmos para terça-feira a votação primeiramente do veto aos royalties e logo em seguida a votação do Orçamento, se possível, na mesma sessão", afirmou Alves.

Tanto a votação do veto aos royalties quanto a do Orçamento vinham sendo adiadas após impasse criado no fim do ano passado por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) -- favorável aos Estados produtores da commodity -- determinando que os mais de 3 mil vetos na pauta do Congresso Nacional teriam de ser avaliados em ordem de chegada ao Legislativo.

A decisão gerou a interpretação entre os parlamentares de que o Orçamento, dessa forma, não poderia ser votado enquanto a pauta não fosse esvaziada. Com a decisão de quarta do STF, abriu-se a possibilidade de votação das matérias.

Parlamentares dos Estados produtores de petróleo, minoria no Congresso, afirmam que há uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) preparada para ser encaminhada ao STF caso o veto aos royalties seja derrubado, resultado tido como certo. Prometem ainda usar todos os instrumentos regimentais durante a votação no Congresso, o que deve torná-la longa e agitada.


A nova distribuição dos royalties tem gerado controvérsia entre representantes dos Estados não produtores, que demandam uma distribuição mais igualitária, e Estados produtores, que recebem grande parte dos recursos.

A presidente Dilma Rousseff vetou a parte da lei que determinava uma distribuição mais equânime dos royalties de áreas já licitadas, por considerar, entre outros, que a mudança em relação ao passado poderia ferir o direito adquirido. Contudo, manteve a repartição definida pelo Congresso para as futuras áreas de exploração de petróleo, incluindo o pré-sal.

OUTROS VETOS

O STF ainda deve se pronunciar em outra data sobre o tratamento que deverá ser dado aos outros vetos. Dentre eles, alguns relacionados a matérias extremamente polêmicas, caso do Código Florestal, que atualiza as leis ambientais, e da Emenda 29, que determina às três esferas de poder percentuais de investimento na saúde.

Segundo Renan, o Congresso irá aguardar o posicionamento da Corte para definir como votar os demais vetos.

O presidente disse ainda que mais de 1.400 vetos podem ser considerados "prejudicados", por tratarem de leis que já não têm mais validade. No total, há cerca de 3 mil vetos que esperam votação no Congresso.

Acompanhe tudo sobre:CongressoOrçamento federalRoyaltiesSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto