Economia

Congresso manobra para votar royalties do petróleo

Partidos apresentaram requerimento para que sejam votados pelo Congresso os 3.200 vetos presidenciais que estão na gaveta desde 2000, sendo o último deles o dos royalties

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 08h44.

Brasília - O Congresso foi rápido no troco à decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, que por medida liminar suspendeu a sessão realizada na semana passada, quando foi aprovada a urgência para a votação dos vetos ao projeto de distribuição dos royalties do petróleo. À exceção do PT da Câmara, todos os partidos apresentaram requerimento para que sejam votados ainda hoje pelo Congresso os 3.200 vetos presidenciais que estão na gaveta desde 2000, sendo o último deles o dos royalties.

"Se eu obtiver o amparo dos líderes, eu convoco a sessão e faço a votação", disse o presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), logo depois de ser procurado por lideranças das duas Casas. Foi iniciada então a coleta de assinatura dos líderes. A lista do Senado ficou pronta no início da tarde desta terça-feira (18). A da Câmara demorou mais porque o deputado Jilmar Tatto, líder do PT, alegando que o partido está rachado quanto à votação dos vetos, recusou-se a assiná-la.

Enquanto os partidos providenciavam as listas de assinaturas, Sarney nomeou cinco senadores para uma comissão especial destinada especificamente a dar um parecer sobre os vetos. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), fez o mesmo, e nomeou cinco deputados.

Nenhum dos escolhidos pertence aos Estados que defendem a lei dos royalties - Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. O Piauí contribuiu com três dos dez integrantes, um deles o relator, deputado Júlio Cesar (PSD). Os outros dois foram o deputado Marcelo Castro (PMDB) e o senador Wellington Dias (PT).

Ao mesmo tempo, o Senado apresentou embargo declaratório ao plenário do STF para tentar derrubar a decisão de Fux. Na reunião com Sarney, foi dito que Fux é fluminense e que defende a mesma posição do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), favorável à manutenção do veto à lei da distribuição dos royalties. "Estou que nem São Sebastião, só levando flechadas", queixou-se Sarney.

No recurso, os advogados do Senado sustentaram que a decisão de Fux tem "efeitos devastadores" sobre o funcionamento do Congresso e das instituições republicanas. De acordo com eles, se for mantida a interpretação dada pelo ministro, todas as proposições de competência do Congresso devem ficar suspensas. "Isso significa que o Orçamento-Geral da União não poderá ser votado enquanto não forem apreciados todos os 3.060 vetos que segundo o eminente relator travam toda a pauta deliberativa do Congresso Nacional", argumentaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisPetróleoPolítica no BrasilRoyaltiesSenado

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto