Economia

Congresso dos EUA aprova Orçamento e evita paralisação do governo

A nova lei vai "reconstruir o exército, proteger as fronteiras e dar aos militares seu maior aumento salarial em oito anos", disse um porta-voz

Congresso: decisão foi tomada pouco mais de 24 horas do prazo final (Win McNamee/Getty Images)

Congresso: decisão foi tomada pouco mais de 24 horas do prazo final (Win McNamee/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 23 de março de 2018 às 06h37.

O Congresso americano aprovou a lei do orçamento federal de 1,3 trilhão de dólares nesta quinta-feira (22), evitando outra paralisação do governo a pouco mais de 24 horas do prazo final.

O presidente Donald Trump aprovou o acordo bipartidário que os negociadores alcançaram na última quarta-feira, embora a Casa Branca reconheça que não atendeu todos os seus desejos.

Com a aproximação da data-limite, à meia-noite de sexta-feira, o projeto, conhecido como "omnibus", passou com folga na Câmara dos Deputados, por 256 votos a 167, e também no Senado, por 65 votos contra 32.

O novo orçamento vai "reconstruir nosso exército, proteger nossas fronteiras e dar aos nossos militares seu maior aumento salarial em oito anos", disse o porta-voz da Casa Branca Paul Ryan após a votação na Câmara.

"O presidente assinará a lei? A resposta é sim", afirmou Mick Mulvaney, diretor de orçamento da Casa Branca, à imprensa.

"Ela é perfeita? Não. É exatamente o que pedimos? Não", acrescentou.

Ela estabelece os níveis de gastos com Defesa de 700 bilhões de dólares ao ano, um aumento de 61 bilhões em relação à rubrica de 2017. Os demais gastos domésticos chegarão a 591 bilhões de dólares, alta de 10%.

O orçamento inclui 1,6 bilhão de dólares - bem menos do que Trump esperava - para segurança das fronteiras para construir ou consertar cerca de 160 quilômetros de cercas e barreiras nas fronteiras, aumenta os gastos com infraestrutura e aumenta os fundos para segurança escolar e bolsas de estudo.

A lei não altera o financiamento do provedor de saúde de mulheres Planned Parenthood, um alvo de críticas incansáveis de republicanos antiaborto.

Sem proteção aos 'dreamers'

Em uma importante derrota para os democratas, o novo orçamento não inclui proteção aos imigrantes que chegaram ao país de forma ilegal quando era menores de idade. Tampouco consegue impedir o presidente de demitir Robert Mueller, procurador especial que lidera a investigação da influência da Rússia nas eleições de 2016.

Ele deixa de fora uma disposição há muito esperada para estabilizar o mercado de seguros, financiando subsídios que poderiam reduzir as taxas de seguro para famílias de baixa renda em cerca de 40%.

A negociação de serviços de saúde aparentemente fracassou devido a disputas sobre linguagem relacionada ao aborto no projeto de lei.

"Estou extremamente desapontada", disse aos repórteres a senadora republicana, Susan Collins, coautora do projeto.

Entre as questões sensíveis abordadas no projeto está o controle de armas, que está no foco da atenção nacional após diversos tiroteios letais em escolas.

Os legisladores disseram que o orçamento inclui uma disposição para fortalecer o cumprimento das verificações de antecedentes na venda de armas de fogo e uma que reverte o que funcionou, basicamente, como proibição à pesquisa federal sobre a violência com armas.

Apesar de divulgar seu apoio, Trump lamentou ter que "desperdiçar dinheiro" em "brindes aos democratas" para garantir o financiamento militar.

Acompanhe tudo sobre:CongressoDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Orçamento federal

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto