Maia: o presidente da Câmara foi cauteloso ao falar sobre a revisão da valorização do salário mínimo (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de abril de 2019 às 14h37.
Última atualização em 16 de abril de 2019 às 14h37.
Brasília — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abordou com cautela uma possível intervenção do Congresso para forçar o governo a rever a valorização do salário mínimo. "Acho que nós vivemos uma crise fiscal muito grande. Tudo o que o Parlamento puder fazer para valorizar o salário dos brasileiros, a gente precisa fazer. Agora, qualquer encaminhamento populista gera um benefício no curto prazo e um prejuízo no longo prazo", disse.
Maia lembrou o que ocorreu na semana passada com a Petrobras. Depois que o presidente Jair Bolsonaro determinou que a empresa suspendesse o reajuste do preço do diesel, o valor de mercado da companhia recuou R$ 32 bilhões.
"Temos de tomar cuidado que se a gente encaminhar uma valorização do salário mínimo acima das limitações do Orçamento, vamos estar aumentando o déficit público, gerando restrições fiscais e prejudicando o crescimento do Brasil", disse.
"Vamos avaliar a decisão do governo junto com os parlamentares e vamos ter frieza, paciência e equilíbrio para decidir o que é melhor no médio e longo prazos", disse Maia. "Talvez tomar uma decisão divergente do governo no curto prazo possa ser uma decisão correta, mas certamente no longo prazo pode ter impacto negativo e o resultado ser pior do que a proposta pelo governo."