Economia

Congresso aprova salário mínimo de R$ 1.031 em 2020, sem aumento real

O valor foi corrigido apenas pela inflação e ficou 9 reais menor que a primeira projeção, anunciada pelo governo em abril

Dinheiro_moeda.  (Juliano703/Getty Images)

Dinheiro_moeda. (Juliano703/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 20h30.

Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às 10h10.

São Paulo — O Congresso votou e aprovou nesta terça-feira (17) a proposta orçamentária do governo para o ano que vem. Entre os itens propostos pelo Executivo está o valor do salário mínimo, que passará de R$ 998 para cerca de R$ 1.031 em janeiro - ou seja, sem aumento real.

O valor representa uma redução de R$ 9 em relação à projeção inicial anunciada em abril, que indicava um salário mínimo de R$ 1.040.

A revisão se dá pois o valor é corrigido pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que vem registrando níveis menores do que estava sendo antecipado.

A previsão ainda pode mudar até o final do ano, quando costuma ser assinado o decreto presidencial que define o valor do mínimo, a depender de como se comportar a inflação até lá.

A regra de reajustes reais no salário mínimo, calculados pelo INPC – que mede a inflação para a população mais pobre -, mais a variação do PIB de dois anos antes, foi criada pelo governo Lula, virou lei em 2012 no governo Dilma e expirou este ano.

Neste período, não houve alta real do mínimo em apenas dois anos: 2017 e 2018, pois foram os anos cujo cálculo tomou como referência os anos de recessão: 2015 e 2016.

O governo nega que o fim dos reajustes reais seja uma política permanente do novo governo, e alega que uma nova fórmula será anunciada em algum momento.

Segundo cálculos da equipe econômica, para 2020, cada R$ 1 a mais no salário mínimo eleva as despesas da União em cerca de R$ 320 milhões.

Meta fiscal

Na sessão desta terça-feira o Congresso aprovou também a meta fiscal do governo para o ano que vem. O resultado primário do governo central — Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — corresponderá a um deficit de R$ 124,1 bilhões.

As contas públicas não fecham no azul desde 2014.

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