Economia

Confiança Empresarial cai 1,5 ponto em novembro, diz FGV

Queda da confiança empresarial reflete o aumento da incerteza em relação aos rumos da crise sanitária e da economia nos próximos meses

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 1,5 ponto em novembro ante outubro, para 95,6 pontos (José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 1,5 ponto em novembro ante outubro, para 95,6 pontos (José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 09h35.

Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 10h21.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 1,5 ponto em novembro ante outubro, para 95,6 pontos, informou nesta terça-feira, 1º de dezembro, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador teve ligeira alta de 0,3 ponto no mês.

"A confiança empresarial seguiu em novembro a tendência de queda esboçada no mês anterior, refletindo a revisão de expectativas motivada pelo aumento da incerteza em relação aos rumos da crise sanitária e da economia nos próximos meses. A redução da confiança ocorre em todos os setores, exceto a Indústria, que manteve a tendência ascendente no mês e segue numa fase favorável. No extremo oposto, a confiança do Setor de Serviços recuou em novembro a 85 pontos, nível muito baixo em termos históricos. Ao que parece, enquanto não surgir uma solução definitiva como seria o caso de uma bem-sucedida vacinação em massa, a economia seguirá em risco de desaceleração e com comportamentos muito heterogêneos entre os setores", avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 1,4 ponto, a sétima alta consecutiva, para 98,0 pontos, maior nível desde dezembro de 2013. Já o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 3,3 pontos, para 94,6 pontos.

Em novembro, o componente que avalia a evolução da demanda nos próximos três meses recuou 4,8 pontos, enquanto o item que mede o otimismo com a tendência dos Negócios nos seis meses seguintes recuou 1,0 ponto. O emprego previsto para os próximos três meses subiu 0,7 ponto.

A confiança da indústria manteve a tendência de crescimento em novembro, com aumento da satisfação com a situação atual e acomodação do otimismo em relação aos meses seguintes. Todos os demais setores recuaram no mês, com destaque para a piora da percepção atual no Comércio e das expectativas no setor de Serviços.

"Com o resultado de novembro, a distância entre a confiança da Indústria e a dos demais setores atinge níveis recordes. Chama atenção especialmente o Setor de Serviços, em relação ao qual as diferenças são muito grandes tanto no indicador que mede a percepção em relação à situação atual (+38,4 ptos) quanto nas expectativas (+16,6 ptos). Em outras palavras, enquanto a Indústria vive uma fase exuberante, o Setor de Serviços está mal e já começa a ficar pessimista com os rumos dos negócios nos próximos meses", completou Campelo Júnior.

Em novembro, a confiança avançou em 43% dos 49 segmentos integrantes do ICE.

A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.153 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de novembro.

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