Economia

Confiança do consumidor tem leve alta, mas piora para famílias mais pobres

Para a FGV, o resultado deve ser interpretado como uma acomodação, recuperando apenas 13,2% da queda de 29,6 pontos acumulada nos dois meses anteriores

Pessoas de máscaras nas ruas: houve melhora na confiança em todas as faixas de renda familiar, exceto para as famílias mais pobres, que recebem até R$ 2,1 mil (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Pessoas de máscaras nas ruas: houve melhora na confiança em todas as faixas de renda familiar, exceto para as famílias mais pobres, que recebem até R$ 2,1 mil (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2020 às 09h39.

Última atualização em 25 de maio de 2020 às 10h09.

A confiança do consumidor aumentou 3,9 pontos em maio ante abril na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu a 62,1 pontos. Houve melhora na confiança em todas as faixas de renda familiar, exceto para as famílias mais pobres, que recebem até R$ 2,1 mil, com queda de 3,7 pontos no indicador de confiança puxada por nova deterioração das expectativas em maio.

As famílias de maior poder aquisitivo, com renda mensal acima de R$ 9,6 mil, registraram aumento de 9,0 pontos da confiança, com recuperação tanto das expectativas como também de uma percepção de melhora da situação atual.

Para a FGV, o resultado deve ser interpretado como uma acomodação, recuperando apenas 13,2% da queda de 29,6 pontos acumulada nos dois meses anteriores.

"A alta da confiança em maio foi influenciada pela revisão das expectativas, com ligeira redução do pessimismo em relação aos meses seguintes. No momento presente, grande parte dos consumidores sente os impactos da pandemia e avalia piora na situação econômica geral e financeira das famílias. Com o orçamento doméstico comprometido pela necessidade de isolamento social levando a casos de redução de renda por demissão, suspensão de trabalho ou redução proporcional de salários e jornada de trabalho por pelo menos um membro familiar, as famílias de baixa renda são atualmente as que mais sentem dificuldades. A preocupação com o emprego e a incerteza elevada manterão os consumidores cautelosos nos próximos meses", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em maio, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 0,6 ponto, para 65,0 pontos, o menor nível desde dezembro de 2016, quando estava em 64,8 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu 6,7 pontos, para 61,7 pontos.

O componente que mede a satisfação com a situação econômica atualmente caiu 0,9 ponto, para 71,9 pontos. O item que avalia as finanças familiares no momento presente recuou 0,3 ponto, para 58,8 pontos.

Já as expectativas sobre as finanças familiares nos próximos meses subiram 8,8 pontos, após quatro meses seguidos de quedas. O avanço em maio, porém, recupera apenas 22,9% da perda acumulada desde o início do ano nesse componente.

O item que mede o otimismo em relação à situação econômica no futuro aumentou 4,4 pontos em maio, para 71,6 pontos, enquanto o componente que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses cresceu 6,3 pontos, para 27,4 pontos.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.808 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 2 e 20 de maio.

Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresCoronavíruseconomia-brasileiraFGV - Fundação Getúlio Vargas

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação