Economia

Confiança do consumidor cai 9,8 pontos em março ante fevereiro

A forte queda é resultado do crescimento da pandemia de covid-19 no Brasil e do colapso do sistema de saúde em várias cidades

Em março, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 5,5 pontos, para 64 pontos (Andre Coelho / Correspondente/Getty Images)

Em março, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 5,5 pontos, para 64 pontos (Andre Coelho / Correspondente/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2021 às 08h35.

Última atualização em 24 de março de 2021 às 09h37.

A confiança do consumidor caiu 9,8 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desceu a 68,2 pontos, o menor patamar desde maio de 2020.

"A forte queda da confiança dos consumidores é resultado do recrudescimento da pandemia de covid-19 em todo o País e do colapso do sistema de saúde em várias cidades. A campanha de imunização do Covid-19 no País segue lenta, enquanto o número de hospitalizações e mortes por dia avança rapidamente, levando estados e municípios a adotar medidas de restrição à circulação de pessoas. Os consumidores percebem a piora da situação econômica atual com sérios riscos ao emprego e à renda e são também afetados psicologicamente pelo medo de contrair a doença e pela necessidade de isolamento social", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em março, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 5,5 pontos, para 64 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) despencou 12,3 pontos, para 72,5 pontos.

O componente que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral atual diminuiu 3,7 pontos em março, para 70,3 pontos, menor patamar da série histórica iniciada em setembro de 2005. O item que mede a satisfação sobre as finanças pessoais no momento presente caiu 7,0 pontos, para 58,5 pontos, o menor nível desde abril de 2016.

Quanto às expectativas, o componente que mede as perspectivas para a economia nos próximos meses encolheu 15 pontos, para 92,1 pontos, menor patamar desde maio de 2020. O item que mede a situação das finanças familiares nos próximos meses teve queda de 7,9 pontos, para 82,3 pontos, menor nível desde junho de 2020. Já o quesito que mede o ímpeto de compras de bens de consumo duráveis caiu 12,6 pontos, para 46,6 pontos, o nível mais baixo desde junho de 2020.

Houve piora na confiança em todas as faixas de renda familiar em março, com destaque para a perda entre os mais pobres. Entre as famílias com renda mensal até R$ 2.100,00, o Índice de Confiança do Consumidor tombou 11,8 pontos em março, para 63,5 pontos.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.644 domicílios com entrevistas entre os dias 1º e 20 de março.

Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresEXAME-no-InstagramFGV - Fundação Getúlio Vargas

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo