Confiança do consumidor: a principal influência para o resultado do ICC, segundo a FGV, foi o indicador de perspectivas sobre as finanças familiares (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 27 de março de 2017 às 08h51.
Última atualização em 27 de março de 2017 às 11h18.
São Paulo - A confiança do consumidor brasileiro subiu em março pelo terceiro mês consecutivo, para o nível mais alto em pouco mais de dois anos, com forte melhora das expectativas e perspectiva de avanços na avaliação sobre o quadro econômico atual.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados nesta segunda-feira, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 3,5 pontos em março e chegou a 85,3 pontos, nível mais alto desde os 86,4 pontos registrados em dezembro de 2014.
Embora a alta neste mês tenha se dado principalmente pela melhora das expectativas, a coordenadora da pesquisa, Viviane Seda Bittencourt, destacou que notícias favoráveis à economia podem promover uma alta mais forte sobre a situação atual nos próximos meses.
"(...) a desaceleração da inflação, a queda dos juros e a liberação de recursos de contas inativas do FGTS podem levar a uma alta mais consistente das variáveis que medem a situação corrente dos consumidores ao longo dos próximos meses", destacou ela.
Segundo a FGV, em março o Índice de Expectativas (IE) teve alta de 5,1 pontos, atingindo 95,7 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2014. O Índice da Situação Atual (ISA) avançou 1,2 ponto, alcançando 71,5 pontos, melhor marca desde agosto de 2015.
A principal influência para o resultado do ICC, segundo a FGV, foi o indicador de perspectivas sobre as finanças familiares, com alta de 5,8 pontos, para 94,3 pontos --melhor leitura desde outubro de 2014 (96,4 pontos).
"Este otimismo parece refletir a expectativa de aceleração do processo de desalavancagem das famílias, sob a influência de inflação e juros mais baixos e entrada de recursos anteriormente não previstos do FGTS", apontou a FGV em nota.
A confiança de consumidores e empresários vem apresentando recorrente melhora, em meio à queda da inflação e recuo dos juros no país depois de dois anos de recessão.