Tulio Maciel: setor público consolidado apresentou déficit primário de R$ 11,046 bi (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 11h21.
Brasília - A maior concentração de despesas e a redução de receitas levaram ao pior resultado das contas públicas para meses de maio, avaliou hoje (30) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
Em maio, o setor público consolidado – governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais – apresentou déficit primário de R$ 11,046 bilhões, o primeiro resultado negativo registrado no período.
Ao analisar todos os meses da série histórica, iniciada em 2001, esse foi o pior resultado desde dezembro de 2008, quando o déficit primário chegou a R$ 20,952 bilhões.
Segundo Maciel, em maio houve aumento de investimentos do governo e redução de receitas de dividendos e de depósitos judiciais em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em maio de 2013, o setor público registrou superávit primário de R$ 5,681 bilhões.
Ele disse que ainda é cedo para avaliar se o setor público terá dificuldade para atingir a meta de superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
“É preciso aguardar os próximos resultados. Ainda há uma série de eventos a ocorrer, como receitas de concessões, volume de dividendos previstos na LOA [Lei Orçamentária Anual], Refis [programa de renegociação de dívidas com a União]. Uma avaliação exige um conjunto de dados mais amplo. Não devemos fazer essa avaliação especificamente com o último resultado [de maio]”, argumentou.
Em 12 meses encerrados em maio, o superávit primário do setor público ficou em R$ 76,057 bilhões, o corresponde a 1,52% do PIB, o menor resultado desde outubro do ano passado (1,42%).
O resultado primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.
Hoje, o BC revisou a projeção para a dívida líquida do setor público em relação ao PIB de 33,4% para 34%, em dezembro deste ano.
Essa estimativa é feita com base no superávit primário em 1,9% do PIB.
Ao considerar parâmetros de mercado, como o superávit primário em 1,5% do PIB, a dívida líquida deve ficar em 34,4% do PIB, contra 33,8% previstos anteriormente.
A dívida bruta deve chegar a 58,4% do PIB, de acordo com a previsão do BC, ou 58%, segundo parâmetros de mercado.