Rendimento do milho passou de 4,178 toneladas para 5,522 toneladas por hectare (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 11 de julho de 2017 às 10h49.
São Paulo - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou nesta terça-feira uma "supersafra" de grãos e oleaginosas no Brasil em 2016/17, com um recorde de 237,2 milhões de toneladas, impulsionado em grande parte por aumento da colheita de milho.
Em sua 10ª estimativa para a temporada, a Conab destacou que essas 237,2 milhões de toneladas são 50,6 milhões de toneladas, ou 27,1 por cento, superiores ao resultado obtido no ciclo passado.
Conforme a Companhia, o aumento é resultado de "condições climáticas favoráveis" e da maior "produtividade média de todas as culturas, com destaque para soja e milho, que tiveram alto nível de aplicação tecnológica".
Com efeito, o milho se destaca neste ano. A safra total do grão deverá alcançar um recorde de 96 milhões de toneladas, acima das 93,83 milhões de toneladas projetadas em junho e 44,3 por cento acima do registrado em 2015/16, quando a seca provocou estragos nos milharais do Centro-Oeste.
Desse total considerado agora, 30,4 milhões de toneladas são de milho de primeira safra e as outras 65,62 milhões de toneladas, de segunda safra, principal responsável pelo aumento da produção total do cereal, cuja colheita está em desenvolvimento.
No levantamento de junho, a Conab havia estimado a segunda safra em 63,5 milhões de toneladas. E, em 2015/16, a produção do milho "safrinha" foi bem menor, com 40,77 milhões de toneladas.
A área total com o cereal deve atingir 17,4 milhões de hectares (mais 9,2 por cento ante o ano passado). Mas o crescimento da safra deve-se, principalmente, ao aumento da produtividade.
Conforme a companhia, o rendimento do milho passou de 4,178 toneladas para 5,522 toneladas por hectare, enquanto o da soja subiu de 2,870 toneladas para 3,362 toneladas por hectare.
Os números de produção e área da soja permanecem praticamente os mesmos do levantamento de junho. De acordo com a Conab, a cultura deve crescer 19,4 por cento e chegar a 113,9 milhões de toneladas, com ampliação de 1,9 por cento na área plantada, para 33,9 milhões de hectares.
Soja e milho respondem, juntos, por 88,5 por cento dos grãos produzidos no país, segundo a Conab.
De acordo com o balanço de oferta e demanda da Conab, a exportação de soja para 2016/17 foi estimada em 63 milhões de toneladas, estável ante a previsão de junho, mas ainda acima das 51,6 milhões de toneladas vendidas ao exterior em 2015/16.
No caso do milho, os embarques tendem a alcançar 28 milhões de toneladas, versus 26 milhões de toneladas previstas em junho e 18,9 milhões de toneladas em 2015/16.
A produção e a área do feijão total ficaram próximas dos números do levantamento anterior, devendo atingir 3,4 milhões de toneladas, em uma área de 3,1 milhões de hectares.
No caso do algodão pluma, o crescimento previsto pela Conab é de 15 por cento, podendo alcançar cerca de 1,5 milhão de toneladas.
Para o trigo, a Conab prevê queda de 9,1 por cento na área, para 1,93 milhão de hectares, ante 2,1 milhões de hectares na safra passada.
Consequentemente, a produção deve recuar 17,1 por cento e chegar a 5,6 milhões de toneladas, versus 6,7 milhões de toneladas de 2016.