Economia

Comprar pela internet ficou mais barato ao longo do ano

Novo índice de preços do comércio eletrônico mostra queda nos preços principalmente de eletroeletrônicos

Câmeras digitais, celulares e placas de vídeo apresentaram quedas superiores a 20% no e-commerce este ano (Brandon Blinkenberg/SXC)

Câmeras digitais, celulares e placas de vídeo apresentaram quedas superiores a 20% no e-commerce este ano (Brandon Blinkenberg/SXC)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 18h21.

São Paulo – Realmente vale a pena comparar preços e comprar pela internet, principalmente produtos eletroeletrônicos. Além de geralmente serem mais baratos nas lojas virtuais que nas lojas físicas, eletroeletrônicos também apresentam, com o passar do tempo, redução de preços mais rápida no ambiente online. É o que mostra o índice Fipe Buscapé, lançado nesta quinta-feira, que aufere os preços do e-commerce brasileiro com base nos produtos cadastrados no site de comparação de preços Buscapé.

De janeiro a novembro, o índice apresentou queda de quase 10%. Cerca de 90% de sua composição é de produtos eletroeletrônicos, que foram os que puxaram o índice para baixo. As categorias que apresentaram as maiores quedas foram Fotografia (-21,8%), Telefonia (-19,8%) e Eletrônicos (-13,4%). Entre os principais produtos, câmeras digitais, celulares e smartphones, conversores digitais, placas de vídeo e pen drives apresentaram queda de mais de 20% nos preços. As únicas categorias que apresentaram alta foram Casa e Decoração, e Brinquedos e Games. Veja as maiores e menores altas entre os principais produtos de cada categoria:

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Categoria Variação jan-nov 2011 Produto que teve a maior alta Produto que teve a maior queda
Fotografia -21,8% Não houve altas relevantes Câmera Digital (-22,5%)
Telefonia -19,6% Não houve altas relevantes Celular e Smartphone (-20,8%)
Eletrônicos -13,4% Auto DVD Player (6,9%) Conversor Digital (-23,5%)
Moda e Acessórios -9,8% Mala (0,49%) Tênis (-9,5%)
GERAL -9,6% Mini Veículo motorizado (10,1%) Placa de Vídeo (-31,3%)
Informática -6,1% PC/Desktop (1,0%) Placa de Vídeo (-31,3%)
Esportes e Lazer -3,0% Bicicleta (1,2%) Monitor Cardíaco (-14,3%)
Eletrodomésticos -2,7% Aspirador de pó (6,9%) Condicionador de Ar (-9,6%)
Cosméticos e Perfumaria -0,8% Perfume (1,0%) Depilador elétrico (-15,1%)
Casa e Decoração 3,9% Colchão (6,7%) Não houve quedas relevantes
Brinquedos e Games 6,6% Mini Veículo motorizado (10,1%) Não houve quedas relevantes

Fonte: Fipe Buscapé
Em azul: categorias que, juntas, representam 90% do índice.
Em vermelho: categorias que, juntas, representam 10% do índice

A título de comparação com outros índices de preços, que levam em conta os preços cobrados nas lojas físicas, o Fipe Buscapé apresentou queda de 8,18% de janeiro a outubro. No mesmo período, considerando-se apenas os produtos comuns ao índice do e-commerce e aos índices gerais de preços, o IPC/Fipe teve queda de 4,09%, e o IPCA ficou praticamente estável, em 0,47%.


O professor Sérgio Crispim, da Fipe, explica que a queda de preços de produtos eletroeletrônicos é própria do segmento, devido à constante inovação tecnológica e à produção terceirizada e padronizada dos componentes eletrônicos. Para Romero Rodrigues, presidente do Buscapé, na internet essa queda é mais acentuada devido à própria natureza do meio digital, que possibilita a comparação de preços.

“Mesmo não havendo um ambiente para negociação e barganha, a internet acirra a competição entre as lojas virtuais, uma vez que é mais fácil comparar os preços, inclusive com o uso de ferramentas como o Buscapé. Os varejistas, no meio digital, já trabalham com margens menores”, diz Rodrigues.

O índice Fipe Buscapé leva em conta uma cesta de 156 produtos, conforme os preços anunciados nas 50.000 lojas cadastradas no site Buscapé. Das 10 categorias em que eles são divididos, cinco respondem por 90% do peso do índice, todas do segmento de eletroeletrônicos. Na ponderação, também são levados em conta dados da e-bit, empresa especializada em dados do comércio eletrônico.

O Fipe Buscapé é o índice mais preciso do e-commerce brasileiro, uma vez que os índices gerais de preços, como o IPC/Fipe e o IPCA consideram também produtos que não são comprados pela internet e seus preços no varejo físico. A cesta de produtos do índice Fipe Buscapé responde por apenas 11,5% do consumo das famílias brasileiras. Os poucos produtos desta cesta presentes no IPC/Fipe e no IPCA pesam apenas cera de 5,0% em cada um deles.

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