Economia

Comportamento de fuga precipitada guia o fluxo de capitais

Capital global mais volátil se torna mais difícil para as economias emergentes


	Sede do FMI, em Washington: a volatilidade crescente no fluxo de capitais é um dos principais desafios da economia global
 (Getty Images)

Sede do FMI, em Washington: a volatilidade crescente no fluxo de capitais é um dos principais desafios da economia global (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2014 às 19h32.

O capital global se move cada vez mais em "fuga precipitada" e é mais volátil, tornando mais difícil para as economias emergentes retê-lo, disse neste sábado um alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Isto significa que os países que recebem este capital têm que trabalhar mais duro para mantê-lo, assinalou Tharman Shanmugaratnam, diretor do Comitê Financeiro e Monetário Internacional do FMI.

Ao discursar no encerramento da reunião de primavera do FMI e Banco Mundial, Shanmugaratnam destacou a volatilidade crescente no fluxo de capitais como um dos principais desafios da economia global.

"Isto não será um fenômeno de curto prazo, será um desafio permanente", afirmou. "Em parte, reflete uma mudança na estrutura das finanças globais: maior fluxo de capitais, com composição diferente e uma maior parte que foi controlada pelos fundos de bônus, fundos de investimentos ou fundos negociáveis no mercado", assinalou.

Esta composição também representa os interesses de investidores que "tendem a estar mais nervosos". "O que observamos é um comportamento maior de fuga precipitada nos mercados, no fluxo de capitais", acrescentou.

Isto significa reações mais súbitas e frequentes diante de mudanças na percepção de riscos.

Tharman apontou que as economias emergentes, que sofreram quedas significativas no fluxo de capital externo no último anos, e as economias avançadas devem se proteger com reformas estruturais que deem segurança aos investidores e ajudem a gerar empregos a longo prazo.

Estas reformas incluem "correções nos balanços financeiros, nos sistemas bancários, incluindo na Europa, e a melhora no funcionamento do mercado de trabalho, para reduzir os níveis extraordinariamente altos de desemprego entre os jovens em várias partes do mundo".

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