A ampliação da produtividade é um grande desafio para o Brasil, reiterou o diretor do BNDES (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2013 às 18h19.
Rio de Janeiro - A inovação é a peça-chave para garantir o aumento da competitividade e da produtividade industrial brasileira, segundo assegurou hoje (13) o diretor das áreas Industrial e de Mercado de Capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Julio Ramundo, ao abrir a 25ª edição do Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio de Janeiro.
“Somente conseguiremos avançar nosso estágio de desenvolvimento se esses dois pilares essenciais ao crescimento de longo prazo forem desenvolvidos”, observou Ramundo. Ele deixou claro que nenhum país desenvolvido teve êxito sem um desempenho acima da média nessas duas áreas. A ampliação da produtividade é um grande desafio para o Brasil, reiterou o diretor do BNDES. O 25º Fórum Nacional se estenderá até o próximo dia 16.
O dirigente do BNDES disse que, enquanto a economia brasileira cresceu à taxa média de 4% ao ano, na última década, com redução da taxa de desemprego aos níveis mais baixos da série histórica, o crescimento da produtividade não acompanhou esse processo na mesma proporção, como seria desejado.
Ele lembrou que a expansão da produtividade exige maior qualificação dos trabalhadores, com o objetivo de não só elevar a eficiência da mão de obra, mas também de capacitá-la para exercer funções de maior grau de sofisticação.
Julio Ramundo destacou ainda o papel que a inovação necessita desempenhar para garantir o avanço econômico do país. “A inovação precisará se transformar em prática generalizada do sistema produtivo e empresarial do país. Em outras palavras, a inovação precisa se transformar em diretriz estratégica do Brasil”.
O Brasil, segundo acentuou o diretor do BNDES, já se destaca em áreas com forte elemento de inovação tecnológica, entre as quais as de energias sustentáveis, biocombustíveis, agroindústria e pecuária. Outras áreas promissoras são, segundo ele, as de saúde, tecnologia da informação, aeroespacial, defesa, óleo e gás.
De acordo com dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a China registrou avanços acima dos demais países em termos de investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento, embora os Estados Unidos se mantenham respondendo pela metade do esforço mundial nesse campo. O Brasil, por outro lado, “melhorou modestamente”.
A escala do esforço brasileiro em pesquisa e desenvolvimento (P&D) se mostra aquém do necessário, ressaltou Ramundo. A participação do setor privado nacional nos investimentos em P&D permanece abaixo da média mundial. Em algumas economias, o investimento privado nessa área supera 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Já o setor privado no Brasil investe somente 0,6% do PIB.
Ramundo comemorou a existência de um movimento empresarial pela inovação. O Programa Inova Empresa, lançado recentemente pelo governo federal, tem o objetivo de aumentar de forma significativa os investimentos privados nessa área. Segundo o diretor, não faltarão recursos do BNDES para apoiar projetos empresariais brasileiros em inovação tecnológica.