Economia

Racionamento pode levar PIB a -2% e dólar a mais de R$ 3,00

Relatório do HSBC desenha um caos econômico em 2015, caso os racionamentos de água e energia sejam praticados no Brasil


	Fraco desempenho da economia tem sido uma das pedras no sapato de Dilma Rousseff
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Fraco desempenho da economia tem sido uma das pedras no sapato de Dilma Rousseff (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2015 às 13h34.

São Paulo - A equipe de economistas do HSBC revisou sua projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015, cortando a taxa de -0,5% para -1,2%.

O cenário projetado pelo banco está bem abaixo do consenso visto no último boletim Focus, que estimou o PIB em zero neste ano. Além disso, o prognóstico não considera a ocorrência efetiva de racionamentos de energia e água.

“As projeções embutem apenas o impacto negativo do risco crescente de racionamento sobre os índices de confiança, investimentos e crescimento do crédito bancário. Em um cenário alternativo, considerando um racionamento de energia, o PIB em 2015 pode chegar a -2%”, estima a equipe.

Juros em alta...

Considerando a ocorrência dos possíveis racionamentos, a taxa Selic poderia subir, dos atuais 12,25% ao ano, para 13,50% ao ano nos próximos meses.

Com essa elevação, o objetivo do Banco Central seria ajudar a reduzir a demanda por energia, ancorar melhor as expectativas de inflação e combater os efeitos secundários de um choque de oferta de energia.

O relatório lembra ainda que existe a possibilidade de um aumento de 70 pontos base no índice no IPCA nos próximos 12 meses.

...e dólar também

O real poderia sofrer mais desvalorização no curto prazo.

A apreciação do dólar frente ao real aconteceria devido à piora nas perspectivas de crescimento do PIB, a um ambiente desfavorável para o capital fixo e os investimentos em carteira, e uma provável deterioração no risco de crédito do Brasil.

“E embora as projeções para o final do ano continuem a ser de R$3,00/US$ em nosso cenário, a taxa média durante o ano deve ser consideravelmente maior”, alerta o relatório.

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