iPhone 5 é apresentado oficialmente (e pode mexer com economia americana) (Justin Sullivan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2012 às 14h57.
São Paulo – A Apple anunciou nesta quarta-feira o tão esperado iPhone 5 e já começam as teorias de como o aparelho pode influenciar no desempenho da economia.
Uma análise do JP Morgan defende que as vendas do iPhone 5 podem acrescentar algo entre 0,25% e 0,5% ao produto interno bruto (PIB) anualizado dos Estados Unidos no quarto trimestre.
Em relatório, o analista Michael Feroli apresentou a estimativa utilizando projeções de vendas de 8 milhões de unidades nos Estados Unidos no quarto trimestre do ano, e um preço no varejo americano de 600 dólares.
Os analistas do JP Morgan não mudaram sua estimativa para o PIB americano no quarto trimestre por conta do iPhone 5, mas afirmaram no relatório que as projeções diminuem a margem de risco de erro para a estimativa de crescimento de 2% no indicador.
Em seu blog no The New York Times, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman fez criticas a projeções como a do JP Morgan, que justificam o efeito na economia sem explicar outros possíveis efeitos. Sem citar o nome do banco, mas com um link para a análise, Krugman escreveu. “Eu não posso julgar quão plausíveis são as estimativas de vendas, mas vale ressaltar como a lógica econômica disso se relaciona com um cenário maior”.
Para Krugman, o iPhone 5 pode sim ter efeito na economia, mas por conta do que ele chama de uma versão da “teoria das janelas quebradas”. A teoria mostra que um capital já depredado pode “atrair” mais depredações numa bola de neve. Um prédio com uma janela quebrada, por exemplo, pode sofrer com a ação de vândalos mais facilmente do que um intacto.
Na versão da teoria aplicada para o iPhone 5, segundo Krugman, as vendas seriam impulsionadas por pessoas se desfazendo de seus antigos celulares e smartphones para adquirir um novo, tornando a destruição de capital “positiva” em meio a uma crise.
Krugman finaliza seu texto dizendo que pode até ser bom que o capital antigo esteja saindo de cena por algo melhor, e não apenas por sair. “Mas sabe o que também seria legal? Construir coisas úteis, como infraestrutura, criando emprego e aplicando o capital que estaria parado em outra ocasião”, escreve.
* Atualizado às 14h56