Economia

Comissão do Senado aprova prorrogar desoneração da folha de pagamentos até o fim de 2027

Proposta, que vai ao plenário, permite que os setores desonerados paguem alíquotas que variam de 1% a 4,5% sobre a receita bruta

Plenário do Senado: texto aprovado em comissão ainda precisa ser apreciado por todos os parlamentares  (Sergio Lima/Getty Images)

Plenário do Senado: texto aprovado em comissão ainda precisa ser apreciado por todos os parlamentares (Sergio Lima/Getty Images)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 11h52.

Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 12h01.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira, 24, a prorrogação, até dezembro de 2027, do prazo de validade da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. O texto segue agora para plenário e tem um impacto fiscal previsto de R$ 18,4 bilhões por ano nas contas públicas.

A medida permite que os setores desonerados paguem alíquotas que variam de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários, para a Previdência Social e outras contribuições.

Veja os setores beneficiados pela desoneração da folha da pagamento

    A desoneração da folha foi criada ainda na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011, e foi sucessivamente prorrogada. Os 17 setores beneficiados pelo projeto aprovado são:

    • Confecção e vestuário,
    • Calçados,
    • Construção civil,
    • Call center,
    • Comunicação,
    • Empresas de construção e obras de infraestrutura,
    • Couro,
    • Fabricação de veículos e carroçarias,
    • Máquinas e equipamentos,
    • Proteína animal,
    • Têxtil,
    • TI (tecnologia da informação),
    • TIC (tecnologia de comunicação),
    • Projeto de circuitos integrados,
    • Transporte metroferroviário de passageiros,
    • Transporte rodoviário coletivo,
    • Transporte rodoviário de cargas.

    Desoneração para municípios

    Além disso, o relator da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA), alterou a proposta que desonera a folha de pagamento dos municípios. Pela proposta do senador, 95% das cidades terão redução de alíquota de 20% para 8%.

    O texto aprovado na Câmara criava cinco alíquotas que aumentavam conforme o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) per capita do município. Estavam previstas alíquotas de 8%, 10,5%, 13%, 15,5% e 18%.

    "O substitutivo [da Câmara dos Deputados], porém, ao escalonar e buscar estender a redução para todos os municípios do país - englobando, assim, os menos de 5% dos municípios que continuariam com a alíquota original de 20% -, acaba por majorar na realidade, a alíquota de uma vasta e significativa parcela dos municípios que foram beneficiados pela proposição aprovada pelo Senado Federal", afirmou o relator, no parecer.

    Acompanhe tudo sobre:Desoneração da folha de pagamentosSenado

    Mais de Economia

    Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

    Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

    Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

    Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor