Arcabouço fiscal: relator rejeitou apelos de senadores por mais mudanças ao texto (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 21 de junho de 2023 às 10h21.
Última atualização em 21 de junho de 2023 às 10h40.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta quarta-feira 21, com 19 votos favoráveis e seis contrários, o arcabouço fiscal. Dois destaques para mudar o projeto foram rejeitados pelo colegiado. A matéria segue para o Plenário da Casa. Entretanto, parlamentares de oposição afirmaram que apresentarão um requerimento para que a nova regra fiscal passe antes pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovada em Plenário, a proposta volta para a Câmara dos Deputados.
Na terça-feira 20, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou que a nova votação na Casa ocorrerá na primeira semana julho, decisão que frustra os planos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de concluir o tema ainda em junho.
O relator da matéria, senador Omar Aziz (PSD-AM), retirou do limite de gastos as despesas com o Fundeb, com ciência, tecnologia e inovação e com o Fundo Constitucional do Distrito Federal. As limitações foram incluídas na Câmara dos Deputados. Segundo Lira, alguma dessas mudanças, como a excepcionalização dos recursos para ciência, devem ser barradas na Câmara.
Aziz também inclui no texto uma em emenda cria um “Comitê de Modernização Fiscal”, de caráter não deliberativo e integrado pelo ministro da Fazenda, pela ministra do Planejamento e pelo presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
O texto também prevê que no momento da elaboração do PLOA 2024, neste ano, será calculado o limite de despesas para o ano que vem com base nos 70% da receita acumulada em 12 meses até junho (julho de 2022 a junho de 2023), dentro do intervalo de 0,6% e 2,5% acima da inflação.
Em maio de 2024, na segunda avaliação da receita do ano, o governo vai estimar a receita de 2024 (janeiro a abril realizada e maio a dezembro estimada) e aplicará a regra de 70%, também dentro do intervalo.
A diferença na estimativa da receita medida em maio de 2024, se positiva, poderá ser incorporada no limite da despesa de 2024, por crédito adicional. No entanto, caso a projeção de receita não se realize, o governo terá de deduzir o excedente no orçamento de 2025.