Economia

Comércio prevê crescimento de 3,8% para o setor este ano

O crescimento do setor em 2013 deverá ser o pior dos últimos dez anos, segundo a CNC


	Shoppings no Natal: os resultados do comércio têm sido sempre menores nas datas comemorativas
 (Ian Gavan/Getty Images)

Shoppings no Natal: os resultados do comércio têm sido sempre menores nas datas comemorativas (Ian Gavan/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 07h00.

Rio de Janeiro - A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima crescimento de 3,8% para o setor em 2013, que deverá ser o pior dos últimos dez anos, disse o economista da instituição Fábio Bentes. Para ele, as datas comemorativas têm sido um bom termômetro das vendas do setor nas comparações com o ano passado.

“Os resultados têm sido sempre menores. No Natal do ano passado, o crescimento ficou em 8,1% e este ano vai ficar entre 4% e 5%. Não há como fugir muito disso não", analisou.

Bentes acrescentou que se o real continuar se desvalorizando, a tendência é que o patamar de previsão de crescimento seja revisto para baixo. Na avaliação do economista, o comércio sofre impacto com a alta do dólar, especialmente na área de bens de consumo duráveis, porque a elevação da moeda americana prejudica a venda desses produtos. “Vamos jogar um pouco de água na fogueira do crescimento, que já não é dos maiores. Então, vai prejudicar sim", disse.

Por causa do impacto do dólar, o economista estimou que os preços dos bens de consumo duráveis, independentemente de alta ou de queda da moeda nos próximos meses, deverão terminar o ano em aceleração.

"No acumulado do ano, os preços de bens duráveis estão crescendo 3%, bem abaixo da inflação do varejo, que é 8%. A expectativa é que fechem o ano em 3,6%”, acrescentou.

Para o economista, diante de fatores negativos para o setor, a notícia boa é que, pelo menos no curtíssimo prazo, a inflação cedeu, deve continuar em patamares baixos nos próximos meses e isso deve favorecer o crescimento.

“Acho que ainda existe uma janela de recuperação do nível de atividade nos próximos meses. No comércio, houve deflação no varejo em junho, o que não ocorria desde novembro de 2011. É uma boa notícia depois de vários meses de alta. Vai ser uma janela. Pelo menos até setembro, o comércio deve experimentar taxas mais altas”, disse.

Sobre as vendas do comércio, ele informou que a expectativa para julho é de um aumento de 0,7% em relação a junho. Bentes explicou que embora seja uma taxa acima da média do ano, que ficou em torno de 0,5% ao mês, não vai reverter o cenário do setor que sofreu com as altas da inflação antes das quedas das taxas. “Não será suficiente para salvar o ano do comércio. A inflação já fez o estrago”, explicou

Acompanhe tudo sobre:bens-de-consumoComércioConsumoIndústria

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor