Economia

Comércio Brasil-Argentina caiu 17,4% em novembro

Em novembro, as vendas brasileiras para a Argentina, de US$ 1,080 bilhão, registram uma queda de 28,4%. Mas exportações argentinas para o Brasil diminuíram 3,3%


	Exportações: a Argentina conseguiu um superávit comercial de US$ 59 milhões em novembro
 (Arquivo/AFP)

Exportações: a Argentina conseguiu um superávit comercial de US$ 59 milhões em novembro (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 18h41.

Buenos Aires - O fluxo comercial entre o Brasil e a Argentina foi de US$ 2,21 bilhões em novembro, volume que representa uma queda de 17,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Em novembro, as vendas brasileiras para a Argentina, de US$ 1,080 bilhão, registram uma queda de 28,4%. Mas as exportações de produtos argentinos para o mercado brasileiro diminuíram apenas 3,3%, totalizando US$ 1,139 bilhão.

Dessa forma, a Argentina conseguiu um superávit comercial de US$ 59 milhões em novembro.

No mesmo mês do ano passado, o Brasil registrou um superávit comercial de US$ 331 milhões com a Argentina.

Segundo a consultoria Abeceb, o principal motivo para a queda das vendas brasileiras para a Argentina é "o processo de restrições às importações que o governo da presidente Cristina Kirchner implementa, agravado nos últimos meses pela escassez de divisas".

A Abeceb também atribui a queda à redução da atividade da economia argentina, "fato que provoca uma menor demanda de bens importados".

A consultoria sustenta que 70% da redução da entrada de produtos brasileiros na Argentina deve-se às menores compras de cadeia da indústria automotiva argentina.

Até novembro deste ano, o comércio bilateral acumulou US$ 26,234 bilhões, o equivalente a uma queda de 21,8% em relação ao mesmo período de 2013.

De janeiro a novembro a Argentina importou US$ 13,279 bilhões de produtos Made in Brazil, volume que indica uma queda de 27,2% em comparação com o mesmo período de 2013.

Na contramão, a Argentina exportou ao mercado brasileiro US$ 12,955 bilhões, o equivalente a uma redução de 15,3%.

Protecionismo

Nos dias 16 e 17 na cidade de Paraná, capital da província de Entre Ríos, a Argentina será a anfitriã de uma nova cúpula do Mercosul.

Tudo indica que na ocasião representantes do Brasil e da Argentina voltarão a discutir as medidas protecionistas aplicadas pelo governo da presidente Cristina, especialmente as Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI).

Essa medida, criticada pelos empresários brasileiros, aplicada desde fevereiro de 2012 pelo governo Kirchner, constitui uma modalidade de obstáculo alfandegário que atinge 100% dos produtos importados de todos os países, inclusive dos sócios do Mercosul.

As DJAI obrigam todas as empresas que desejem importar a apresentar, de forma prévia, um relatório detalhado à Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), denominação da receita federal argentina.

A norma não contempla nenhuma espécie de prazo para que o Fisco emita uma decisão.

Dessa forma, os empresários frequentemente esperam longos meses até saber se poderão - ou não - importar um insumo ou bem de consumo.

O governo Kirchner também aplica contra os produtos brasileiros uma bateria de medidas, entre as quais as licenças não automáticas, valores-critério, medidas antidumping e imposição de cotas.

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