Trump: "Os EUA estão trabalhando de forma muito próxima com o governo da Tailândia para ajudar no resgate" (Carlos Barria/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2018 às 06h50.
Última atualização em 6 de julho de 2018 às 07h30.
O chute inicial da guerra comercial entre China e Estados Unidos será dado nesta sexta-feira. Depois de meses de ameaças e conversas, uma tarifa americana de 25% sobre 1.100 produtos, avaliados 34 bilhões de dólares em importações chinesas, de maquinário a eletrônicos, passa a fazer efeito hoje. Chineses prometeram responder na mesma medida: com imposição de tarifas sobre importações de produtos americanos, como soja, carne bovina, petróleo e equipamentos médicos.
A preocupação é o que acontece agora. Por mais que essas tarifas iniciais atinjam cerca de 0,1% do PIB de ambos os países, o temor entre investidores e economistas é que uma escalada desse conflito possa atingir o mercado internacional e prejudicar a economia global. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já ameaçou que pode tarifar 80% das exportações chinesas para a América, o que soma 400 bilhões de dólares. As conversas bilaterais entre os líderes das duas nações foram deixadas de lados e os chineses esperam que quando Trump perceber o dano que isso causa à economia americana, simplesmente volte atrás.
Enquanto isso não acontece, os chineses tentam costurar novas parcerias comerciais. Neste sábado, o primeiro ministro chinês, Li Keqiang, se encontra, na Bulgária, com outros 16 líderes de países dos Balcãs, Europa Central e do Leste para uma nova rodada de conversas sobre investimentos. É o segundo encontro dos “16+1″em 7 meses, que devem receber aportes da China, em especial em infraestrutura, na região. Keqiang chega bem acompanhado: estarão juntos 250 empresas chinesas e mais de 700 pessoas ligadas a negócios na China.
O encontro, que acontece duas semanas antes de uma reunião da União Europeia em Pequim, é mal visto em Bruxelas, já que os principais membros do bloco acreditam que esta é uma oportunidade para que países do leste europeu consigam dinheiro sem passar por regras de transparência e temem que a China acabe dividindo a Europa. Os chineses, em Pequim, devem tentar dissuadir negociadores europeus a adotar, eles também, medidas mais rígidas contra as políticas protecionistas de Trump. Por enquanto, essa é uma guerra que o resto do mundo quer ver à distância.