Economia

Começar 2018 com inflação abaixo da meta é positivo, diz Ilan

Para o presidente do Banco Central, a inflação abaixo da meta é importante para evitar que a política monetária reaja

Ilan: é bom começar o ano de 2018 com a inflação abaixo da meta, e não acima da meta, pois esse seria o mais fácil de lidar, disse o economista (Andrew Harrer/bloomberg/Bloomberg)

Ilan: é bom começar o ano de 2018 com a inflação abaixo da meta, e não acima da meta, pois esse seria o mais fácil de lidar, disse o economista (Andrew Harrer/bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 12 de março de 2018 às 11h38.

São Paulo - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que foi bom começar este ano com a inflação abaixo da meta, e não o contrário, porque a política monetária teria de reagir.

Ilan disse também que a economia brasileira ainda está em processo de recuperação, apesar de ter repetido que de maneira consistente, e chamou como "cenário do bem" o que a inflação caminha em direção à meta, dizendo que pode segurar a inflação mais baixa por mais tempo.

"É bom começar o ano de 2018 com a inflação abaixo da meta, e não acima da meta, pois esse seria o mais fácil de lidar. A inflação estar pressionada ao limite superior implicaria você ter que reagir com mais ênfase se não tivesse esse espaço na política monetária", afirmou ele durante evento em São Paulo.

"Agora, tem um risco do lado do bem. A inflação está em torno de 3 por cento, pode ser que a inércia que sempre nos empurra a manter a inflação alta talvez nos empurre a ter inflação baixa por mais tempo", acrescentou ele.

Na semana passada, Ilan mudou o tom sobre o cenário inflacionário, afirmando que as altas de preços estavam vindo mais fracas do que o esperado, surpreendendo o próprio BC. Foi a senha para os mercados ajustarem suas apostas de que haverá outro corte da Selic neste mês, de 0,25 ponto percentual, o que a levará para a nova mínima histórica de 6,50 por cento.

No início de fevereiro, o BC reduziu a taxa básica de jurosem 0,25 ponto, para a mínima recorde de 6,75 por cento ao ano, e sinalizou o fim do ciclo devido à recuperação mais consistente da atividade econômica no país.

A ata do encontro, no entanto, informou que os membros do Copom divergiram sobre qual comunicação deveria ser adotada para a próxima reunião. Enquanto alguns manifestaram preferência por manter "elevado grau de liberdade", outros defenderam sinalizar do modo mais claro possível o fim do ciclo de afrouxamento da Selic, com liberdade de ação mantida, mas em menor grau.

A conclusão de todos, no fim, foi por indicar o encerramento do ciclo "caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico", mas mantendo espaço para queda "moderada" adicional nos juros caso haja alteração nesse quadro.

No evento desta manhã, Ilan voltou a repetir que o cenário básico do BC tem inflação em direção às metas, com recuperação consistente da atividade, mas destacou riscos com a falta das reformas e reversão do cenário externo.

"O Brasil precisa continuar no caminho de ajustes e reformas para manter a inflação baixa, a queda das taxas de juros estruturais e a recuperação sustentável da economia", afirmou ele.

Sobre o cenário internacional, o presidente do BC repetiu que ele continua benigno, "mas não podemos contar com essa situação perpetuamente".

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