Economia

Combustíveis sobem 4,16% em novembro, maior impacto no IPCA

Inflação nos postos de combustível: litro da gasolina ficou 3,21% mais caro para o consumidor, com contribuição de 0,13 ponto porcentual para a inflação


	Inflação nos postos de combustível: litro da gasolina ficou 3,21% mais caro para o consumidor, com contribuição de 0,13 ponto porcentual para a inflação
 (Getty Images)

Inflação nos postos de combustível: litro da gasolina ficou 3,21% mais caro para o consumidor, com contribuição de 0,13 ponto porcentual para a inflação (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 12h44.

Rio - Os combustíveis lideraram em novembro o ranking de maiores impactos sobre a inflação do país, pelo segundo mês consecutivo, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta chegou a 4,16%, o equivalente a um impacto de 0,21 ponto porcentual no IPCA de 1,01% do mês.

O litro da gasolina ficou 3,21% mais caro para o consumidor, com contribuição de 0,13 ponto porcentual para a inflação. Levando em conta outubro e novembro, a alta foi de 8,42% nas bombas, devido ao reajuste de 6% vigente nas refinarias desde 30 de setembro. No ano, a gasolina já aumentou 18,61%: de 10,40% em Campo Grande a 24,35% no Recife.

Já os preços do etanol subiram 9,31% no mês passado, uma contribuição de 0,08 ponto porcentual no IPCA do mês. No ano, a alta está em 26,10%, com a menor variação em Fortaleza (12,71%), e a maior, em Curitiba (33,14%).

Os preços do óleo diesel aumentaram 1,76% em novembro. Junto com a taxa de outubro, acumularam 5,08% de alta em dois meses, como reflexo também do reajuste (de 4%) nas refinarias em 30 de setembro. No ano, o diesel está 12,75% mais caro.

Os combustíveis têm um peso de 5,14% no cálculo do IPCA.

Como resultado, o grupo Transportes registrou variação de 1,08% em novembro, puxado também pelas tarifas dos ônibus urbanos, que subiram 1,11%. Os ônibus ficaram mais caros por conta dos aumentos nas regiões de Fortaleza, Belo Horizonte e Campo Grande.

Alimentação

Os gastos das famílias com Alimentação e bebidas aumentaram 1,83% em novembro, o maior impacto por grupo sobre a inflação do mês. A contribuição foi de 0,46 ponto porcentual para a taxa de 1,01% no IPCA. A pressão se deve ao dólar e às chuvas.

Vários produtos apresentaram fortes aumentos, com destaque para batata-inglesa (27,46%), tomate (24,65%), açúcar cristal (15,11%) e açúcar refinado (13,15%).

Poucos itens ficaram mais baratos no mês, como as carnes industrializadas (-0,79%) e o leite (-0,76%), segundo o IBGE. Os alimentos para consumo em casa subiram 2,46%, enquanto a alimentação fora de casa aumentou 0,70%.

"Não que o preço da alimentação fora tenha ficado comportadinho, mas é que os alimentos no supermercado subiram mais", ressaltou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

A valorização do dólar em relação ao real encarece o adubo e estimula as exportações, diminuindo a oferta interna de produtos.

"Nos alimentos, a pressão forte é o câmbio, que está ali nos adubos, nas plantações", lembrou Eulina. Como o dólar está valorizado, ela acrescentou que "é muito estimulante exportar".

"A produção de arroz é muito justa, porque o brasileiro come muito arroz. Mas, mesmo assim, o país tem exportado arroz. A exportação de carne também está bastante atraente. Então, o câmbio traz uma avalanche de aumentos", emendou.

Além disso, as chuvas recentes prejudicaram algumas lavouras, com reflexo sobre os produtos in natura, como o tomate e a cebola. O frete também tem pressionado os preços. "O diesel fez o frete aumentar bastante. Caminhoneiros vêm reclamando muito também do aumento do pedágio."

De janeiro a novembro, o grupo Alimentação e bebidas acumula uma alta de 10,37%, sendo 10,75% o aumento dos produtos consumidos em casa e 9,67% a elevação da alimentação fora de casa. Os alimentos respondem por um peso de 25% no cálculo do IPCA.

Marcas

A inflação oficial do país acumulada em 12 meses superou em novembro a barreira dos dois dígitos pela primeira vez em 12 anos, segundo dados do IBGE. A taxa de 10,48% foi a mais alta desde novembro de 2003, quando foi de 11,02%.

O resultado do IPCA de novembro, de 1,01%, foi o mais alto para o mês desde 2002, quando estava em 3,02%.

O resultado do acumulado de janeiro a novembro, de 9,62%, também foi o mais alto desde 2002, quando era de 10,22%. Em novembro de 2014, o IPCA foi de 0,51%, e a taxa acumulada no ano estava em 5,58%.

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