Economia

Com Trump, BCE deve estender compras de bônus

Os dirigentes do banco devem decidir sobre o futuro do chamado programa de relaxamento quantitativo na reunião de 8 de dezembro

Sede do BCE: no modelo atual, o BCE compra 80 bilhões de euros ao mês sobretudo de bônus de governos (.)

Sede do BCE: no modelo atual, o BCE compra 80 bilhões de euros ao mês sobretudo de bônus de governos (.)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 09h03.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) deve estender a duração de seu programa de compra de 80 bilhões de euros em bônus ao mês na reunião do próximo mês da instituição, preveem analistas. Segundo eles, a vitória do republicano Donald Trump na disputa pela presidência dos Estados Unidos reforça a possibilidade de o BCE reforçar esses estímulos.

Os dirigentes do BCE devem decidir sobre o futuro do chamado programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) na reunião de 8 de dezembro. Atualmente, a previsão é de que o programa se encerre em março.

A incerteza nos mercados financeiros resultante da vitória de Trump dá ao presidente do BCE, Mario Draghi, "outro argumento para fazer o que ele deseja de qualquer maneira", disse Holger Schmieding, economista do Banco Berenberg em Londres. Na avaliação do analista, Draghi pode prorrogar a iniciativa por até mais seis meses.

No modelo atual, o BCE compra 80 bilhões de euros ao mês sobretudo de bônus de governos, em um esforço para impulsionar o crescimento e a inflação na zona do euro. A inflação, porém, ficou em apenas 0,5% em outubro, bem abaixo da meta de quase 2% do BCE, que não é atingida há mais de três anos.

O BCE pode até decidir impulsionar os estímulos se o euro se valorizar substancialmente ante o dólar, cortando os juros ou elevando o volume das compras mensais de bônus, escreveram economistas do Citi. O euro avançava ante o dólar nesta manhã, após a vitória de Trump.

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