Economia

Com Selic a 11%, juro no crediário pode cair 1,75%

O cálculo é do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a Anefac, Miguel de Oliveira

O executivo resolveu fazer as contas sobre o quanto as taxas de juros no crediário cairiam se o Copom fizesse cortes na Selic semelhantes ao promovido em agosto (Agência Brasil)

O executivo resolveu fazer as contas sobre o quanto as taxas de juros no crediário cairiam se o Copom fizesse cortes na Selic semelhantes ao promovido em agosto (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 08h11.

São Paulo - O impacto de uma provável redução da Selic para 11% no encerramento de 2011 sobre o crédito para o tomador pessoa física será de uma queda média de 1,75% nos juros. O cálculo é do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira. O executivo resolveu fazer as contas estimulado pelas perguntas sobre o quanto as taxas de juros no crediário cairiam se o BC mantivesse nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano - outubro e novembro - o corte de 0,50 ponto porcentual da Selic promovido em agosto.

"O impacto é pequeno porque a taxa nominal de juros encontra-se muito alta", explica Oliveira. Pelas simulações, com a Selic em 12,50% ao ano, patamar em que estava antes da redução em agosto, a taxa média de juros era de 6,84% ao mês e de 121,21% ao ano. Considerando uma Selic de 11% ao ano, a taxa média mensal de juros para o consumidor pessoa física ficaria em 6,72% e a taxa anual, em 118,25%.

Em termos nominais, a maior queda média mensal, de 5,06%, seria a da taxa de juros sobre o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) dos bancos para financiamentos de automóveis, que passaria de 2,37% ou 32,46% para 2,25% ao mês ou 30,60% ao ano. O Empréstimo Pessoal sofreria uma queda média de 2,57%, passando de 4,67% ou 72,93% para 4,55% ao mês ou 70,56% ao ano.

O juro do comércio cairia 2,11%, na média das taxas de juros para pessoa física na variação mensal, de 5,70% ao mês ou 94,49% ao ano para 5,58% ao mês ou 91,86% ao ano.

A taxa sobre o uso do cartão de crédito, modalidade mais cara de financiamento ao consumidor, é a que cairia menos (1,12%), considerando a redução de 1,50 ponto porcentual na Selic de agosto a novembro. O juro do cartão de crédito passaria de 10,69% ao mês ou 238,30% ao ano para 10,57% ou 233,92%.

Ainda pelos cálculos do vice-presidente da Anefac, o juro sobre a utilização do limite do cheque especial cairia, em média, 1,45% ao mês, passando de 8,27% ou 159,48% para 8,15% ao mês ou 156,05% ao ano. O juro sobre o empréstimo pessoal das financeiras cairia de 9,34% ao mês (191,98% ao ano) para 9,22% ao mês (188,15% ao ano). Neste caso, a queda seria de 1,28%.

A compra de uma geladeira no valor de R$ 1.500,00 financiada em 12 vezes sem entrada a uma taxa de juros que era de 5,70% ao mês antes do corte da Selic em agosto sairia por R$ 2.111,76. Com a queda da Selic para 11% no fim do ano, o valor da mesma geladeira cairia ao final de 12 meses para R$ 2.097,84. As prestações seriam reduzidas de R$ 175,98 para R$ 174,82.

Na mesma comparação, o pagamento do juro sobre a utilização do rotativo de R$ 1.000,00 do cartão de crédito por 30 dias sairia de R$ 106,90 ao mês para R$ 105,70. A utilização dos mesmos R$ 1.000,00 no cheque especial por 20 dias cairia de R$ 55,13 antes da queda da Selic em agosto para R$ 54,33 num cenário de Selic a 11% no fim do ano.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1