Alerj: novos protestos são esperados para esta terça (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 08h44.
Rio - Na véspera do início das votações do pacote de austeridade proposto pelo governo do Rio, um novo bloqueio nas contas do Estado impediu o pagamento da última parcela dos salários dos servidores de outubro, correspondente a R$ 65 milhões. O arresto, de R$ 302 milhões, ocorreu por causa do não pagamento de dívida com a União.
O bloqueio traz mais pressão para a votação das medidas. Um novo protesto dos trabalhadores é esperado para esta terça-feira, 6, em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a expectativa é que o acerto do remanescente de outubro seja feito nesta semana, conforme entrarem recursos de arrecadação nas contas do Estado.
Até a última sexta-feira, o Rio quitou a folha salarial para 98,1% dos servidores, informou a Secretaria de Estado de Fazenda. O valor pago representou 96,7% do total da folha líquida de outubro, de R$ 2,1 bilhões.
Em declarações à imprensa nesta segunda-feira, 5, o secretário de Fazenda do Rio, Gustavo Barbosa, não deu previsão para o início do pagamento dos vencimentos de novembro e dezembro nem do 13.º salário.
"Hoje nossa busca é liquidar os meses de outubro e novembro. Ainda tem dezembro. O Estado está em uma situação crítica", disse.
Ele afirmou que a arrecadação não é suficiente para pagar as despesas. Segundo Barbosa, 2017 será um ano mais duro que 2016.
"Temos uma arrecadação que não se recupera e uma despesa que se mantém crescente. Independentemente do que o Estado faça, a gente enxerga um ano mais duro, por isso apresentamos as medidas para minimizar essa evolução do déficit financeiro." O secretário reafirmou que, caso nada seja feito, haverá evolução de déficit, "que chega na casa dos R$ 50 bilhões em 2018". Neste ano, ficará em R$ 17,5 bilhões.
Uma sessão extraordinária nesta terça na Alerj marcará o início das votações do pacote de austeridade. Dos 22 projetos originais, sobraram 13. Os deputados propuseram 722 emendas.
As medidas planejadas pela equipe do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) resultariam no saldo positivo de R$ 27,8 bilhões nas contas de 2017 e 2018, mas ficou pelo menos R$ 12 bilhões menor.
A votação vai até o dia 15. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.