Economia

Com exterior pior, governo eleva superávit primário

A médio prazo, segundo o ministro da Fazenda, a medida abre espaço para a redução da taxa de juros

"O Brasil tem que se antecipar para impedir que essa deterioração da economia internacional acabe afetando os avanços que nós tivemos na economia brasileira", disse o ministro Guido Mantega (Antonio Cruz/ABr)

"O Brasil tem que se antecipar para impedir que essa deterioração da economia internacional acabe afetando os avanços que nós tivemos na economia brasileira", disse o ministro Guido Mantega (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2011 às 13h49.

Brasília - O governo anunciou nesta segunda-feira uma elevação em 10 bilhões de reais na meta de superávit primário deste ano para reforçar a situação fiscal do país em função da crise econômica global. A médio prazo, segundo o ministro da Fazenda, a medida abre espaço para a redução da taxa de juros.

"O Brasil tem que se antecipar para impedir que essa deterioração da economia internacional acabe afetando os avanços que nós tivemos na economia brasileira", disse o ministro Guido Mantega, em entrevista coletiva após reunião com a presidente Dilma Rousseff e lideranças políticas.

"Nós temos que tomar medidas preventivas para evitar o que aconteceu por exemplo em 2008, que houve uma desaceleração forte da economia num primeiro momento", acrescentou.

Com o número anunciado nesta tarde, a meta de superávit primário do setor público, segundo o ministro, passa para 127,8 bilhões de reais. O aumento, ainda segundo Mantega, será concentrado na parte do governo federal que compõe o superávit.

Mantega esclareceu que esse aumento não se dará a custas de novos cortes e não compromete nenhum programa social ou prioritário do governo. "Esse ajuste se dá para impedir o aumento de gastos correntes", ressaltou.

"O objetivo é abrir mais espaço para que investimentos continuem subindo no país", disse. "Além disso, também viabiliza no médio prazo e longo prazo a redução da taxa de juros."

Mantega reafirmou que a inflação é uma preocupação permanente do governo e que o responsável para calibrar as taxas e conseguir manter os preços sob controle é o Banco Central (BC).

Perguntado o que avaliaria como médio prazo para o BC reduzir os juros, o ministro se esquivou, dizendo que "é o prazo que o Banco Central considera como médio prazo".

O ministro também ressaltou que o aumento na meta do superávit não deve ser confundido com ajustes fiscais feitas por países europeus que enfrentam uma grave crise de dívida.

"Nos países europeus, e mesmo nos Estados Unidos, vivem um problema de excesso de dívida, vivem a crise da dívida pública", argumentou. "A dívida pública cresceu muito nesses países e eles estão fragilizados nesse sentido, eles estão cortando tudo."

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