Economia

Com alta de imposto, litro da gasolina já chega a R$ 4,39 em SP

Na capital do estado, somente os postos que não haviam recebido novo combustível ainda não repassaram o reajuste aos consumidores

Gasolina: motoristas que abasteciam o carro classificaram o aumento como abusivo (Andreas Rentz/Getty Images)

Gasolina: motoristas que abasteciam o carro classificaram o aumento como abusivo (Andreas Rentz/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de julho de 2017 às 16h21.

Última atualização em 21 de julho de 2017 às 16h31.

São Paulo - O aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíveis já começa a chegar às bombas de São Paulo. A reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" percorreu postos de todas as regiões da capital paulista na manhã desta sexta-feira, 21, e constatou, no preço da gasolina, aumento de R$ 0,30 a R$ 0,40.

Somente os postos que não haviam recebido novo combustível ainda não repassaram o reajuste aos consumidores.

Motoristas que abasteciam o carro classificaram o aumento como abusivo. "É um absurdo. No lugar de ajudar, apenas atrapalha", disse o coordenador de operações Érick Lopes.

"Moro em Mauá e trabalho na região da Paulista. Não posso trabalhar de carro, porque gastaria muito com combustível."

Nos Jardins, na Rua Peru, 203, o frentista Henrique Soares explicou que o combustível chegou mais caro, na quinta-feira, ao posto. "Tivemos que reajustar o preço de R$ 3,99 para R$ 4,39, nesta sexta-feira.

A gasolina power, porém, ainda custa R$ 4,99. Foi mantido o valor, pelo menos por enquanto. Se aumentar mais, ninguém abastece. Com certeza, os consumidores vão reclamar", acrescentou Soares.

Na Rua Conselheiro Carrão, 501, na Bela Vista, centro da cidade, o cliente também já paga o valor da gasolina com reajuste. "Enchemos o tanque na quinta-feira, e o preço ao consumidor já passou de R$ 3,09 para R$ 3,39", reforçou o frentista do estabelecimento.

Em um posto na Rua Estados Unidos com a Rua Bela Cintra, o preço da gasolina ficou mantido em R$ 3,99. "Já é mais caro na região. Se aumentar, ninguém mais abastece aqui. Tirando os carros de luxo, os motoristas abastecem apenas R$ 50", salientou o frentista Joab Silva.

No posto de combustível localizado na Rua São Felipe, 271, no Tatuapé, na zona leste, também não houve reajuste por ora. "Ainda estamos com o tanque cheio da última compra, por isso não repassamos ao consumidor. O valor permanece em R$ 3,09", disse o frentista Michel.

Impacto

O motorista Ricardo Ferreira está preocupado com a elevação. Ele acredita que outros setores serão prejudicados, assim como os consumidores.

"Agora é a gasolina, depois os produtos, porque o frete sofrerá reajuste e o aumento será repassado para as mercadorias. Isso vai gerar impacto também na inflação. Com o aumento, quem roda pouco pela cidade é melhor optar pelo etanol", avalia Ferreira.

Na zona norte, no início da tarde desta sexta-feira, o posto de combustível estava avaliando se iria aumentar o valor do litro de R$ 2,99 para R$ 3,30 ou para R$ 3,40.

"Estamos analisando o impacto do reajuste e quanto será repassado aos clientes. Os motoristas estão procurando postos que ainda não reajustaram os valores", destacou a frentista Jéssica.

Acompanhe tudo sobre:GasolinaGoverno TemerImpostos

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1