Para colunista, são os privilegiados que lutam contra o projeto (Rodolfo Buhrer/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 4 de abril de 2017 às 17h12.
Última atualização em 4 de abril de 2017 às 19h36.
São Paulo - A oposição ao projeto de reforma da Previdência no Brasil foi o tema de uma coluna da Forbes na última segunda-feira (3).
O título é "Para os brasileiros, se aposentar aos 65 anos é velho demais", uma referência à idade mínima que o governo pretende aprovar.
O autor é Kenneth Rapoza, que cobre mercados emergentes para a publicação e já foi correspondente do Wall Street Journal em São Paulo.
Ele nota que a idade média de aposentadoria é de 52 anos para as mulheres e 54 anos para os homens, mais baixa do que "no mais socialistas dos países europeus", e que a taxa de crescimento da população está em queda.
"Se os brasileiros não começarem a ter bebês ou a importar venezuelanos e sírios, a proporção entre trabalhadores e aposentados vai começar a parecer sombria em breve", diz texto.
Outro dado citado é que 64% dos professores e 96% dos policiais militares se aposentam antes dos 50 anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Na sua visão, são os privilegiados do setor público que lutam contra o projeto enquanto os trabalhadores do setor privado são obrigados a fazer planos privados para garantir uma aposentadoria segura.
Rapoza diz que Wall Street deveria "repensar" sua expectativa de que a reforma passe e que é "mais prudente" não contar com ela.
O relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou na noite de ontem (3) que a idade mínima será preservada no parecer que ele quer apresentar na quarta-feira da semana que vem (12).
"Eu continuo com essa ideia fixa em relação à idade mínima. Se não tiver a idade mínima, não há por que fazer PEC", disse ele.
O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 4, que acha possível que a reforma da Previdência seja aprovada entre junho e julho.