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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva arbitre as divergências entre os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em relação às medidas para ajudar as exportações. Para Monteiro Neto, Lula "deveria dar o veredicto". "Nós estamos inquietos com o retardamento no anúncio do pacote de ajuda ao setor exportador", afirmou, em entrevista coletiva para divulgar a agenda legislativa da indústria.
Monteiro disse que, pelas notícias divulgadas na imprensa, o pacote de medidas não atenderá às expectativas do setor exportador. "Ele será insuficiente", declarou. Segundo ele, um pacote para o setor teria de necessariamente atacar o acúmulo de créditos. Para o executivo, preferencialmente, deve ser uma solução que resolva o problema do estoque, mas, se não for possível, que pelo menos normalize o fluxo de crédito com um mecanismo de compensação automática.
Ele disse que, embora o Ministério do Desenvolvimento sustente a necessidade de incluir a questão do crédito acumulado no pacote, o Ministério da Fazenda alega que não tem espaço fiscal. "É esse o impasse que levou ao adiamento do anúncio", afirmou.
Ele contou que na semana passada conversou com o ministro Guido Mantega sobre o assunto e está tentando agendar uma reunião dos empresários com o presidente Lula. Monteiro Neto lembrou que nesse período pós-crise houve um acirramento da competição e que o Brasil tem desvantagens em relação a outros países. "Embora tenham um marco legal, na prática, as exportações não foram desoneradas. O crédito acumulado significa custo para a empresa", justificou.
Eleições
O presidente da CNI informou que a entidade está organizando um evento, possivelmente para 25 de maio, com todos os candidatos à Presidência da República. Segundo ele, nesse dia os candidatos receberão um documento com as prioridades do setor industrial.
Monteiro Neto disse que o documento está em processo adiantado de elaboração e será aprovado pelo Fórum Nacional da Indústria. Ele afirmou que a CNI não tem candidatos, mas que normalmente promove debates no período pré-eleitoral. "Nós estamos interagindo com todos os candidatos e a CNI terá uma interlocução permanente com o vencedor. É este o nosso papel institucional", afirmou.