Economia

CNI mapeia desafios para país crescer de forma sustentada

Melhorar a eficiência do sistema educacional e descomplicar o sistema tributário podem fazer com que o PIB possa crescer 4% ao ano a partir de 2023

CNI: com uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional até o fim do próximo governo, o PIB per capita passaria a crescer a uma média de 3,5% ao ano a partir de 2023. (celsopupo/Thinkstock)

CNI: com uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional até o fim do próximo governo, o PIB per capita passaria a crescer a uma média de 3,5% ao ano a partir de 2023. (celsopupo/Thinkstock)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de março de 2018 às 14h07.

Brasília - Melhorar a eficiência do sistema educacional e descomplicar o sistema tributário brasileiro nos próximos quatro anos podem fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro possa crescer 4% ao ano a partir de 2023, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, publicado nesta segunda-feira, 5, também propõe iniciativas como o aumento da capacidade de inovação das empresas, a inserção na chamada Indústria 4.0 e a participação na economia de baixo carbono.

Para a entidade, com uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional até o fim do próximo governo, o PIB per capita passaria a crescer a uma média de 3,5% ao ano a partir de 2023. Isso faria a renda dos brasileiros saltar de US$ 14 mil em 2016 para cerca de US$ 30 mil em 2040. Até 2054, a renda per capita nacional chegaria a US$ 50 mil, mesmo patamar atual da renda nos Estados Unidos, Holanda e Suíça.

"Fazer mais do mesmo não reverterá, com a intensidade necessária, a trajetória percorrida nos últimos anos. Com um trabalho contínuo e persistente de reformas econômicas e institucionais, é possível recuperar e alcançar patamares mais elevados de produtividade e competitividade", considera o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. "Precisamos fazer mais e melhor nos próximos quatro anos", completou.

A CNI aponta que o Brasil ficou para trás na competição global durante a recessão. Citando o ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, o País caiu de 48º em 2013 para apenas o 80% lugar em 2017, de uma lista de 137 países avaliados. Além disso, a produtividade brasileira cresceu menos que as dos dez principais parceiros comerciais do País entre 2006 e 2016.

"Duas agendas são centrais para que um novo patamar de competitividade seja alcançado de forma sustentável. Superar rapidamente os gargalos atuais que decorrem de deficiências que há muito já deveriam ter sido vencidas, a agenda do século 20, e trabalhar no desenvolvimento de capacidades para a indústria do futuro, a agenda do século 21", acrescenta Andrade.

Fatores-chave

O Mapa Estratégico traz 11 fatores-chave que levariam a um ganho de competitividade nos próximos anos: segurança jurídica; ambiente macroeconômico; eficiência do Estado; governança e desburocratização; educação; financiamento; recursos naturais e meio ambiente; tributação; relações do trabalho; infraestrutura; política industrial, de inovação e de comércio exterior; produtividade e inovação na empresa. Dentro desses fatores, a CNI traçou 60 objetivos com metas até 2022.

A necessidade de maior segurança jurídica é um dos fatores com maior destaque no documento. "Os problemas derivados da insegurança em leis e regulações no ambiente de negócios se exacerbaram. Esses problemas, somados à relação superposta e, por vezes, conflituosa entre poderes e entre poderes e órgãos de controle criaram uma segunda geração do Custo Brasil, com impacto sobre a produtividade", avalia o CNI.

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