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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - A acomodação no ritmo de produção da indústria observada nos últimos meses não deve continuar daqui para a frente na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. De acordo com dados divulgados hoje pela entidade, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria caiu 0,2 ponto porcentual em junho ante maio e ficou em 82,5%.
Pelos dados dessazonalizados, o faturamento industrial diminuiu 0,6% em junho contra maio, mas, para o analista da CNI Marcelo de Ávila, o resultado ainda não preocupa. "Não foi um tombo na atividade, mas uma pausa. A tendência é de volta do crescimento no segundo semestre, tradicionalmente mais forte para a indústria", afirmou.
"Não é uma mudança de trajetória. A expectativa é que, a partir de julho, os dados voltem a ficar positivos, mas sem dúvida a exuberância do primeiro trimestre tinha uma natureza atípica. Os mecanismos governamentais de incentivo, como isenções tributárias, estavam com fim anunciado e, portanto, houve antecipação de produção e vendas no primeiro trimestre", disse o economista. O faturamento industrial chegou a registrar um crescimento de 4,2% em março deste ano ante o mês anterior. E em junho, o indicador caiu 0,6% ante maio.
Para Castelo Branco, porém, a segunda queda consecutiva no indicador mensal de uso do parque instalado indica que a economia brasileira não está superaquecida. "Um aspecto positivo é que, mesmo neste ambiente, a indústria continua contratando, com reflexo na massa salarial real", completou. O Nuci em maio também havia registrado queda de 0,3 ponto porcentual (de 83% em abril para 82,7% em maio).
Em junho, o indicador que mede a evolução das contratações na indústria avançou 0,4% em relação ao mês anterior. Segundo Ávila, o avanço de 6,6% em relação a junho de 2009 revela que o emprego nas fábricas já recuperou as vagas perdidas durante a crise. "Em 2010 devemos ter o maior crescimento anual da série histórica", concluiu.
Mesmo assim, na mesma comparação, houve recuo de 0,4% nas horas trabalhadas de acordo com a entidade. "Não há como mensurar, mas a Copa do Mundo influenciou no tempo médio de trabalho dos funcionários das fábricas nesse período", disse Castelo Branco.
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