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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - Dados da sondagem industrial do segundo trimestre indicam que a expectativa para os próximos meses é de manutenção do crescimento da economia brasileira - mas em ritmo bem menor do que o registrado no primeiro trimestre deste ano. A avaliação foi feita hoje (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O gerente executivo da Unidade de Pesquisa do órgão, Renato da Fonseca, lembrou que os primeiros três meses de 2010 registraram crescimento forte por conta das medidas adotadas pelo governo para superar a crise financeira internacional. Entretanto, segundo ele, não há um superaquecimento da economia, como o Banco Central havia previsto.
"Isso não está acontecendo, obviamente, pela retirada dos estímulos de demanda", explicou. Segundo Fonseca, a retirada de incentivos gerou uma espécie de resfriamento da indústria, por conta da queda na demanda. Há ainda a agravante da baixa taxa de exportações e da intensa entrada de produtos importados que competem com a produção doméstica.
Ele reforçou que a expectativa não é de paralisação do crescimento da economia, mas de redução, desde que a cadeia produtiva se mantenha aquecida. Para isso, de acordo com a CNI, é preciso que haja certo cuidado com a estratégia do Banco Central de conter a demanda apenas por meio do aumento da taxa de juros.
Para Fonseca, o ideal seria uma combinação entre política monetária e política fiscal, já que sem investimentos há o risco de reversão do otimismo até então apresentado pelos empresários brasileiros.
"A política de juros foi instituída para reduzir a demanda, por conta do receio de uma demanda muito aquecida. Mas a indústria tem conseguido acompanhar a demanda sem problemas, os estoques não estão caindo", disse. "Essa política [de elevação da taxa de juros] acaba afetando diretamente os investimentos e, sem investimentos, não há oferta", afirmou.