Economia

CNI destaca perspectiva positiva para setor industrial

Apesar de o faturamento ter registrado nova queda em outubro (1%), a CNI considera que o indicador, no conjunto do ano, agrega um desempenho positivo


	Indústria brasileira: o faturamento real cresceu 6,2% em outubro deste ano, na comparação com igual mês do ano passado
 (Andy Clark/Reuters)

Indústria brasileira: o faturamento real cresceu 6,2% em outubro deste ano, na comparação com igual mês do ano passado (Andy Clark/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 13h35.

Brasília - A pesquisa Indicadores Industriais com dados referentes ao mês de outubro, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira, mostra que o faturamento real da indústria brasileira caiu 1% ante o mês de setembro, com ajuste, ou seja, com dados dessazonalizados.

Apesar de ser uma nova queda, já que houve retração de 1,7% em setembro sobre agosto, a CNI considera que o indicador, no conjunto do ano, agrega um desempenho positivo. "Mesmo que seja o segundo mês de queda, ainda assim o indicador apresenta tendência de crescimento", afirmou o economista da CNI Marcelo de Ávila, ao comentar o estudo.

Os resultados da pesquisa sustentam a argumentação de Ávila, uma vez que o faturamento real cresceu 6,2% em outubro deste ano, na comparação com igual mês do ano passado.

O gerente executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, destaca que essa foi a primeira alta do faturamento em relação ao mesmo mês de 2011, registrada desde março. Os resultados acumulados até outubro, inclusive, permitiriam que o faturamento total de 2012 fosse de 2,6%, mesmo que novembro e dezembro tivessem variação zero.

Apesar da sinalização positiva dada pelos números de faturamento, a indústria continua trabalhando com elevado grau de ociosidade. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 81,0% em outubro. "Há uma recuperação lenta, de forma que indústria está ociosa ", disse Ávila, lembrando que há quatro meses esse indicador mantém-se no mesmo patamar. Reduzir o grau de ociosidade será indispensável para fazer deslanchar os investimentos, advertiu Fonseca. "O investimento só virá quando acabar a ociosidade do parque industrial".


Mas as perspectivas da CNI para o futuro são otimistas, mas com cautela. "As perspectivas para o ano que vem são boas", disse Renato da Fonseca, embora admita que, por enquanto, os sinais da indústria ainda não sejam de crescimento firme e constante.

A perspectiva positiva leva em consideração medidas de estímulo anunciadas pelo governo, como o pacote de redução do preço da energia elétrica no inicio do ano que vem, a inclusão de novos setores produtivos na desoneração da folha de pagamentos, a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e a expansão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Segundo Fonseca, essas medidas reforçam as expectativas da indústria de que 2013 terá um cenário favorável para o crescimento.

A perspectiva de retomada da economia, inclusive, é um fator que explica os números positivos relativos a emprego divulgadas na pesquisa Indicadores Industriais.

O estudo mostrou que o nível de emprego de outubro cresceu 0,2% ante setembro, embora com variação zero na comparação com outubro do ano passado. "A indústria está retendo seus empregados, esperando a recuperação ocorrer", disse Ávila. Segundo ele, essa recuperação virá com "um pouco de força este ano e com força maior no ano que vem". A mais recente projeção da CNI prevê uma alta do PIB de 4% em 2013.

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