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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília A atividade da indústria brasileira aumentou em fevereiro em relação ao mês de janeiro, sem pressionar a capacidade instalada. É o que aponta a maioria dos indicadores apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgados hoje (7) em boletim da entidade. O faturamento real da indústria (levando em conta a inflação) cresceu 3,3% em fevereiro, comparado ao mês anterior, ficando em nível acima do verificado antes da crise econômica de 2008.
Em alguns setores industriais, a ocupação da capacidade instalada ficou na média de 80,4% (0,8% abaixo do observado em dezembro de 2009, mas 2,2% acima do que foi registrado em fevereiro daquele ano, quando os efeitos da crise ainda afetavam fortemente a atividade industrial).
Na indústria da transformação (automobilística e de móveis, entre outras), a ocupação da capacidade instalada ficou em 78,6%. A massa salarial em fevereiro foi inferior à de janeiro, o que é explicado pelo fato de se concentrarem no primeiro mês do ano as férias de grande número de trabalhadores. "Quando se entra em férias, a massa salarial cresce, porque envolve na verdade a antecipação do salário", disse o gerente executivo da CNI, Flávio Castelo Branco.
A massa salarial na indústria sofreu contração de 1,8% em fevereiro, em relação a janeiro de 2010, mas comparativamente a fevereiro do ano passado expandiu-se em 2,9% segundo o boletim Indicadores Industriais, da CNI. Segundo o economista, esse resultado está diretamente relacionado à recuperação do emprego industrial e deverá crescer nos próximos meses, seguindo tendência que vem se repetindo há sete meses consecutivos, o que contribui para solidificar a massa salarial.
Castelo Branco negou que haja pressão sobre os preços na indústria, o que só ocorre em produtos que contam com concorrência forte no mercado internacional. Ele disse que é normal também haver pressão sobre preços na área de contratos.
Conforme o boletim da CNI, apenas os setores de materiais eletrônicos e de comunicação, de móveis e algumas áreas de equipamentos de transporte tiveram resultado negativo no faturamento em janeiro e fevereiro deste ano, mas em pequeno patamar em relação aos dois primeiros meses de 2009.