Economia

Clima adverso reduz safras de soja e milho em 10 mi t

Volume representa aproximadamente 5 por cento da estimativa de safra de grãos e oleaginosas do país


	Colheitas de soja: produção brasileira de soja, estimada em janeiro pela Safras em 91,80 milhões de toneladas, foi reduzida para 86,14 milhões de toneladas
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Colheitas de soja: produção brasileira de soja, estimada em janeiro pela Safras em 91,80 milhões de toneladas, foi reduzida para 86,14 milhões de toneladas (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 14h40.

São Paulo - O tempo seco e quente em vários Estados agrícolas do Brasil e o excesso de chuva em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos, reduziram a safra nacional 2013/14 de soja e milho em 10 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado divulgado nesta sexta-feira.

O volume representa aproximadamente 5 por cento da estimativa de safra de grãos e oleaginosas do país, de 193,6 milhões de toneladas, anunciada no início de fevereiro pelo Ministério da Agricultura, quando os efeitos do clima adverso ainda não tinham sido considerados.

A produção brasileira de soja, estimada em janeiro pela Safras em 91,80 milhões de toneladas, foi reduzida para 86,14 milhões de toneladas, ou uma queda de 5,66 milhões de toneladas. Já a colheita total de milho foi prevista agora em 71,16 milhões de toneladas, baixa de 4,43 milhões ante a projeção do mês passado.

No Paraná, segundo produtor nacional de soja, o recuo considerando apenas a oleaginosa será de 1,74 milhão de toneladas.

O Estado de São Paulo, maior produtor de cana e laranja do Brasil --que também deve registrar perdas importantes nessas duas culturas--, foi outro Estado com relevantes prejuízos em soja e milho, assim como Minas Gerais, maior produtor de café, cultura também afetada pelo clima.

Segundo a Safras, São Paulo teve um recuo de 1,34 milhão de toneladas na primeira colheita de milho e 410 mil toneladas de soja --1,75 milhão, ao todo. Minas, disse a consultoria, perdeu 1,6 milhão de toneladas de milho e 190 mil toneladas de soja.

São Paulo, Minas Gerais e Paraná fecharam janeiro com índices de chuva abaixo da média histórica. Em fevereiro, a situação não teve muito alívio.

Safra de soja ainda cresce ante 2013

Apesar das perdas decorrentes do clima adverso, a safra de soja do Brasil ainda deverá crescer 4 milhões de toneladas na comparação com a temporada passada, quando somou um recorde de 82,12 milhões de toneladas, segundo a consultoria.


O aumento ocorre com um crescimento de cerca de 6 por cento no plantio, para um recorde de 29,5 milhões de hectares.

Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, onde a safra caminhava para produtividades médias recordes, o problema foi o excesso de chuva em fevereiro.

O Estado teve agora sua colheita estimada em 26,72 milhões de toneladas, crescimento de 13 por cento ante 2012/13, mas abaixo da estimativa de janeiro, de 27,55 milhões de toneladas.

No Paraná, o corte da safra foi mais profundo. A Safras apontou uma previsão de 14,721 milhões de toneladas de soja, contra 16,46 milhões de toneladas anteriormente --em 2013, somou 15,9 milhões.

"Neste caso, os prejuízos foram causados pela forte estiagem que atingiu as lavouras entre o final de janeiro e boa parte de fevereiro", disse a consultoria, em nota.

Safra de milho cai

No caso do milho, cuja área plantada cairá 5 por cento ante a temporada anterior, a seca deverá acentuar as perdas ante a temporada passada.

O Brasil deverá colher agora 71,16 milhões de toneladas de milho em 2013/14, disse a Safras, em uma estimativa abaixo da previsão de janeiro, de 75,58 milhões de toneladas, que já era uma redução ante o recorde de 82,07 milhões de toneladas de 2012/13.

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