Economia

Clima adverso no início do ano foi negativo para inflação

Clima seco elevou preços dos grãos e dos produtos de pecuários e as expectativas de aumento do preço da energia


	Banco Central: BC considera que aumento dos preços dos grãos terá pouco impacto nos preços ao consumidor e que os preços dos produtos animais devem recuar com a volta das chuvas
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central: BC considera que aumento dos preços dos grãos terá pouco impacto nos preços ao consumidor e que os preços dos produtos animais devem recuar com a volta das chuvas (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 14h05.

São Paulo - O clima seco nos primeiros dois meses do ano foi negativo para a inflação, ao elevar os preços dos grãos e dos produtos de pecuários e as expectativas de aumento do preço da energia, apesar de ter contribuído para a queda nos preços dos produtos in natura, avaliou o Banco Central nesta quinta-feira em seu Relatório de Inflação.

O BC considera, contudo, que o aumento dos preços dos grãos terá pouco impacto nos preços ao consumidor e que os preços dos produtos animais devem recuar com a volta das chuvas.

De acordo com o documento, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 6,1 por cento neste ano pelo cenário de referência, ante previsão de 5,6 por cento, aproximando-se ainda mais do teto da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Sobre o efeito do aumento do preços de grãos como café, milho e soja, "considerando o tamanho de seus pesos na cesta do IPCA, a repercussão dessa elevação dos preços no atacado tende a ser modesta." "Uma vez encerrado o período de estiagem, as pastagens e a oferta desses produtos tendem a se recuperar", disse o BC.

Para o preços de tubérculos, raízes e legumes, por exemplo, "as altas temperaturas levaram a um aumento da oferta no final de janeiro e início de fevereiro; e a um recuo atípico de preços em janeiro".

O BC elevou a expectativa de aumento dos preços administrados neste e no próximo ano em 0,5 ponto percentual, para 5 por cento. Especificamente para os preços de eletricidade neste ano, a projeção de alta passou a 9,5 por cento, ante 7,5 por cento.

"O acionamento das termoelétricas elevou substancialmente o custo marginal do megawatt-hora, bem como o preço da energia negociada no mercado à vista", afirmou, sem apresentar cálculo do impacto da alta nos índices de inflação.

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