Centro do Rio: a classe média representa 30% da população da América Latina, e em alguns países como Brasil, Colômbia e México, os progressos são notáveis (Camila Marchon/Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2012 às 09h20.
Washington - A classe média na América Latina aumentou em 50% na última década deste século, de 103 milhões de pessoas para 152 milhões, segundo revelou um relatório do Banco Mundial (BM) publicado nesta terça-feira.
O relatório, apresentado hoje em Washington pelo presidente do organismo internacional, Jim Yong Kim, detalha que essa conquista se deve ao crescimento sustentado na região durante os últimos anos que, apesar da crise econômica internacional, permitiu aumentar o grosso da classe média.
No entanto, Kim advertiu que o fundamental agora para os países latino-americanos é ''como manter este caminho'' e acrescentou que devem continuar trabalhando para fomentar, principalmente, a educação e as políticas públicas.
O presidente do Banco Mundial sugeriu aos governos latino-americanos que se centrem em modelos educativos como o alemão, baseados no aproveitamento vocacional dos estudantes, ''e deixem de olhar para os Estados Unidos''.
''É preciso concentrar-se nas segundas gerações, em aumentar dramaticamente os programas de proteção social, de saúde, e, sobretudo, seu acesso à educação. Uma melhora fundamental da qualidade do ensino médio para assegurar sua competitividade'' insistiu Kim.
O relatório revela que alguns dos fatores mais importantes na hora de favorecer a mobilidade ascendente na América Latina são um maior nível educativo entre os trabalhadores; maior nível de emprego formal; mais pessoas vivendo em áreas urbanas, e sobretudo, mais mulheres na força de trabalho e uma diminuição do tamanho das famílias.
Com estes avanços, a classe média representa 30% da população da América Latina, e em alguns países como Brasil, Colômbia e México, os progressos são notáveis.
O BM considera, sob este relatório, que um cidadão de classe média é aquele que recebe pelo menos US$ 10 (R$ 20) por dia e cuja probabilidade de cair na pobreza seja menor que 10%.