Bandeira do Brasil: depois de um crescimento estimado de 1,1% do PIB neste ano, o Citi projeta que a economia vai acelerar a expansão para 2,2% em 2020 (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 14h42.
Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 14h44.
São Paulo — O dólar deve se acomodar em patamares próximos de 4 reais ao longo de 2020, mas com viés de queda, conforme o cenário para a economia mundial caminha para ser "levemente benigno" e o governo tem chances de aprovação de outras reformas no primeiro semestre, disse o economista-chefe do Citi Brasil, Leonardo Porto.
O economista estima que o dólar encerre 2019 em 4,05 reais, atinja 4,02 reais ao fim de março, 3,99 reais ao término de junho e 3,97 no final de setembro, para finalmente fechar o ano a 3,95 reais. No fim do primeiro trimestre de 2021, Porto prevê dólar a 3,92 reais.
"Acreditamos que esse movimento de alívio se deva sobretudo pelo exterior, para o qual vemos um cenário levemente benigno, no sentido de acomodação", disse Porto em entrevista à Reuters.
"Mas não voltaremos aos 3,75 reais de julho (deste ano), porque tivemos, por exemplo, o aumento do déficit em conta corrente, então aumentou a necessidade de dólares no país enquanto o saldo comercial diminuiu."
Para os juros, Porto acredita que o Banco Central tenha promovido nesta semana o último corte da Selic no atual ciclo e estima estabilidade da taxa em 4,50% ao longo de 2020.
"A economia está ganhando tração e a inflação de dezembro será alta, na casa de 0,80%. Então acreditamos que diminuíram os incentivos para o BC continuar reduzindo a taxa", afirmou.
Depois de um crescimento estimado de 1,1% do PIB neste ano, o Citi projeta que a economia vai acelerar a expansão para 2,2% em 2020. A expectativa é que as reformas continuem, com chances boas de aprovação da PEC emergencial e de novas mudanças nas regras trabalhistas (Programa Verde Amarelo).
"Acho que é exagero dizer que 2020 será o ano do tudo ou nada, mas as precondições estão mais propícias para a retomada, embora no exterior haja vários desenvolvimentos importantes, como as eleições americanas, que podem ter implicações para a guerra comercial."
O cenário-base do Citi é de uma não escalada da guerra comercial, ainda que uma resolução em definitivo não seja alcançada.
O banco estima crescimento da economia global de 2,6% em 2019 e leve aceleração para 2,7% em 2020.