Economia

Ciro sugere retirada de BB e Caixa de "cartel bancário"

"Temos dois bancos públicos e temos de forçá-los a competir. Eles podem ganhar dinheiro aumentando seu share e vendendo duplicatas a 0,5%", disse pedetista

Para candidato, as duas instituições podem forçar uma queda dos juros no País (Ueslei Marcelino/Reuters)

Para candidato, as duas instituições podem forçar uma queda dos juros no País (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de agosto de 2018 às 19h40.

Última atualização em 6 de agosto de 2018 às 19h44.

Brasília - O candidato pelo PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta segunda-feira, 6, que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal devem ser tirados do "cartel bancário" para forçá-los a competir no mercado. Para ele, as duas instituições podem forçar uma queda dos juros no País.

"Temos dois bancos públicos e temos que tirá-los do cartel e forçá-los a competir. O BB e a Caixa podem ganhar dinheiro aumentando o seu share e vendendo duplicatas a 0,5%", disse.

Ele também afirmou que o Brasil precisa pactuar um sacrifício fiscal verdadeiro para os seis primeiros meses de governo e que é necessário mudar o pensamento de que a expansão da economia se deve ao aumento do consumo para que tal crescimento parta dos investimentos públicos.

As declarações do presidenciável foram feitas em evento da Coalizão pela Construção, grupo formado por 26 entidades da indústria da construção. O encontro denominado O Futuro do Brasil na Visão dos Presidenciáveis 2018 é organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, acontece em Brasília e tem objetivo de "conhecer as ideias e as propostas dos presidenciáveis para o Brasil e para a recuperação do setor".

Aos empresários do setor, Ciro afirmou que a construção civil é a única capaz de gerar emprego no País hoje.

"É o único setor que tem capacidade hoje de gerar os empregos necessários porque emprega gente com dificuldade de qualificação, que é um setor que responde imediatamente e representa um ganha-ganha", disse.

Ciro afirmou ainda que a taxa de câmbio também deve ser levada a um patamar de competitividade da economia e não deve ser pensada unicamente para financiar o consumismo oriundo de políticas populistas.

Durante sua fala, Ciro criticou o acordo realizado pela Embraer com a empresa americana Boeing. "A Embraer desenvolveu com dinheiro público brasileiro um cargueiro, que é uma joia, e nós vamos entregar para os americanos", disse.

Sobre a guerra comercial protagonizada pelos Estados Unidos com a China, Ciro avaliou que o presidente norte-americano Donald Trump erra na estratégia. Para ele, os americanos têm facilidade de trabalhar a questão fiscal do país porque a moeda local é o dólar, que é também a moeda usada para as reservas dos outros países. "Ainda assim, a situação fiscal nos Estados Unidos é trágica", disse.

Ao finalizar sua exposição, Ciro fez um apelo aos empresários para que eles saibam escolher em qual candidato à Presidência irão votar e fez uma provocação a um de seus adversários, Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL.

"Tomem cuidado. Tem candidato dando uma de ignorante porque isso o deixa mais próximo do povo. É uma apologia da ignorância porque isso dá certa afinidade para o nosso povo. Que diz que chamar o posto Ipiranga ou que vai resolver as coisas do País na bala", disse.

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