Euro: a medida gera mais pressão sobre as finanças dos municípios, já abaladas pelos cortes de repasses do governo nacional (Joel Saget/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2012 às 11h46.
Milão - As prefeituras italianas poderão ser obrigadas a eliminar 575 milhões de euros (cerca de 700 milhões de dólares) dos seus livros contábeis, relativos a impostos irrecebíveis, disse um jornal do país nesta terça-feira, citando cálculos do departamento de estatísticas do governo.
Uma nova regra adotada neste mês como parte das medidas de austeridade do governo central prevê que os municípios precisam eliminar dos seu haveres pelo menos 25 por cento da arrecadação tributária que esteja contabilizada há mais de cinco anos sem ter sido paga.
A medida gera mais pressão sobre as finanças dos municípios, já abaladas pelos cortes de repasses do governo nacional. O jornal Il Sole 24 Ore disse nesta terça-feira que os créditos tributários dos municípios chegam a 2,3 bilhões de euros. A eliminação de 25 por cento desse valor, portanto, chegaria a 575 milhões de euros.
Analistas alertam que os problemas fiscais dos governos locais italianos podem abalar ainda mais a confiança dos investidores no país, que pode ficar particularmente ameaçada caso a também endividada Espanha precise solicitar um resgate internacional para as suas contas públicas.
O jornal La Stampa publicou na segunda-feira que dez grandes cidades italianas, inclusive Nápoles e Palermo, enfrentam problemas por causa da ordem de eliminar dos seus ativos 25 por cento dos créditos tributários por receber.
SICÍLIA Nesta terça-feira o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, impôs um plano compulsório para restaurar a estabilidade financeira para a endividada região da Sicília e revisou a sua inchada administração pública, afirmou um comunicado do governo.
O comunicado, divulgado depois de uma reunião entre Monti e o governador regional Raffaele Lombardo, afirmou que os líderes concordaram com "um plano para recuperação financeira e reorganização da administração pública da região, com um cronograma compulsório e objetivos".
O documento afirmou que os detalhes serão concluídos nas próximas semanas.
Na semana passada, Monti disse que havia sérias preocupações sobre a possibilidade de a ilha autônoma dar calote e afirmou esperar que Lombardo renunciasse ao cargo de governador até o final do mês.