Um trabalhador corta cana para a produção de açúcar e etanol na usina de São Martinho em Pradópolis, interior de São Paulo (Rickey Rogers/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2014 às 17h40.
São Paulo - As condições climáticas atuais, com chuvas mais abrangentes, melhoram a condição para os canaviais do centro-sul após um verão excepcionalmente seco e com temperaturas mais elevadas, mas não recuperam o que já foi perdido, apontaram especialistas.
"As chuvas desta semana, mais generalizadas e pegando as regiões produtoras de cana, melhoram a condição hídrica do solo. Não é ideal, mas já é uma melhora significativa", disse o meteorologista da Somar, Marco Antonio dos Santos.
Mas ele ponderou que estas precipitações não podem recuperar o que já foi perdido. "As perdas já contabilizadas não se revertem mais", acrescentou.
O tempo seco e quente no centro-sul do Brasil deverá evitar um crescimento na safra 2014/15 de cana, estimada em um volume semelhante ao registrado na atual temporada 2013/14, disse a Unica, associação que representa as principais empresas do setor, em meados do mês.
A partir de agora, disse Santos, as chuvas se mantêm dentro dos níveis normais para o período, mas os volumes até maio tradicionalmente são mais baixos, antes do início do período mais seco.
Segundo ele, o importante agora será acompanhar a distribuição das chuvas, que precisam se estender nas diversas áreas produtoras.
O meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo, disse que a previsão indica um retorno à normalidade em São Paulo e grande parte de Minas Gerais, tornando o cenário mais favorável para os canaviais.
São Paulo e Minas Gerais são o primeiro e o terceiro produtores de cana do país, respectivamente.
"Vai ter muita umidade, teve um avanço de áreas de instabilidade desde o carnaval... A perspectiva é de boas chuvas na próxima semana", disse o meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo.
Para março, tanto em São Paulo como em Minas Gerais, o volume estimado de chuvas é de 150 a 200 milímetros, dentro da média, apontou a Climatempo. No oeste paulista, a estimativa é de volumes entre 100 milímetros a 150 milímetros.
Ele acrescentou que a partir de agora, as precipitações tendem a diminuir gradativamente, com menores volumes de precipitação em abril e pouca umidade em maio, como tradicionalmente acontece.
Uma redução da umidade a partir de abril, quando começa oficialmente a moagem de cana no centro-sul, favorece os trabalhos de colheita e a concentração de açúcares na matéria-prima.